sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Mães de Maio fazem julgamento e condenam El Clarín, é preciso fazer o mesmo para O Globo.

Victor Zacharias

A Argentina tem se mobilizado fortemente para estabelecer a democracia na comunicação, primeiro com a aprovação da Ley de Medios, que foi construída respeitando todos os Direitos Humanos, inclusive o da Liberdade de Expressão, depois com a retomada do poder do Estado sobre o papel de imprensa que estava nas mãos de grupos privados, que proibiam que houvesse democracia na mídia, impedindo que o papel pudesse ser comprado por todos que queriam produzir jornais, e agora em um julgamento público, promovido pelas Mães de Maio.

O Brasil precisa olhar estes exemplos e quem sabe repetí-los por aqui, a fim de quebrar o monopólio da comunicação brasileira e criar o Marco Regulatório das Comunicações que possibilitará a total Liberdade de Expressão que hoje está reservada para um pequeno grupo de famílias.

No dia 22 de dezembro, em Buenos Aires, a Associação Madres de la Plaza Mayo, conhecida por aqui como as Mães de Maio, fez o julgamento ético e político de empresas de comunicação do grupo Clarin.

"É pela nossa própria liberdade, a liberdade dos sem voz, é por defender a Ley de Medios, por defender a liberdade sindical dos companheiros trabalhadores, e uma resposta pela justiça, a memória viva e a igualdade", declarou Hebe de Bonafini, presidenta da associação, ao anunciar o evento.

O julgamento, previsto para durar cerca de 2 horas, foi de 6 empresas, - Clarín, Canal 13, TN, Radio Mitre, Papel Prensa y Cablevisión -, das mais de 226 do Grupo El Clarín, e apresentou a conclusão de diferentes comissões de advogados, jornalistas e testemunhas.

"Nós vamos fazer um julgamento ético e político do grupo Clarin. Julgamento do grupo que rouba crianças, verdades e esperanças. Dizem que é caça às bruxas, eles vão dizer que é contra a liberdade de expressão, eles dizem que é uma escalada do governo, mas não é nada disso ", esclarecia Hebe Bonafíni, justificou que, "por hora só vai ser o grupo Clarín, porque tem mais meios.
Então dizem uma mentira no El Clarín ou no Canal 13, esta é veiculada em todo o país, isto é, eles difamam e colocam quem querem no chão, batem como querem, e em todo o país as pessoas leêm, escutam e veêm aquilo que não é verdade. E é isso que queremos mostrar as Mães, e queremos comparar. O que aconteceu e o que eles disseram. Ou o que é dito e o que acontece."

Ao final do julgamento, o Grupo El Clarín foi considerado culpado, pelo grande público presente, por vários de seus atos, que unanimamente levantou as mãos para a condenação.

O grupo foi considerado culpado por cumplicidade com a ditadura, manipulação de dados, a aquisição fraudulenta de suas companhias, Artear, Radio Mitre, Papel Prensa, posição dominante, Cablevision, e proibição de democracia interna e da liberdade sindical na maioria das empresas, além dos detalhes descritos pelas testemunhas e promotores que participaram que forneceram minúcias de todas as injustiças.

A encarregada do tribunal que deu os argumentos políticos do julgamento foi a presidente da associação das Mães de Maio, Hebe de Bonafini, enquanto o advogado constitucionalista Eduardo Barcesat funcionou como procurador-geral.

Cada uma das empresas teve uma acusação própria especialmente feita pelos jornalistas, e para cada uma delas diferentes testemunhas depuseram e forneceram evidências das práticas costumeiras destes meios de comunicação, alguns fizeram isso ao vivo, outros por depoimentos gravados em vídeo. Entre as testemunhas, estavam Liliana López Foresi, Eduardo Anguita, Victor Hugo Morales, Mario Giorgi, Glenn Postolski, Mark Taire, Osvaldo Papaleo Hector Gallo, bem como ex-jornalistas de algumas dessas empresas como Rebori Branco, Sec Hannibal, Gustavo e Bruz José Carbonelli.

Os procuradores fizeram parte do processo foram Paul Llonto, Marquez Virginia, Mancinelli Jorge, Zarranz Luis, Vallejos Paola, Ortega Rosa e membros da Hamartia revista.

Nesta páginas da internet há detalhes dos testemunhos, clique aqui Mães de Maio ou aqui Revista Cítrica

sábado, 24 de dezembro de 2011

A CPI da Privataria Tucana pode levar Serra e FHC para a cadeia.

Victor Zacharias

Durante o lançamento do livro Privataria Tucana, do Amaury Ribeiro Jr, Paulo Henrique Amorim, do Conversa Afiada, comentou as principais questões abordadas pelo livro que virou CPI.

Sempre com muito bom humor, ele reclamou da falta de seus convidados: Élio Gaspari, Ali Kamel, Judite Brito, a qual não foi receber o prêmio "O corvo" do 1º Congresso Internacional de Blogueiros, quando a platéia, aos risos, lembrou ao Paulo Henrique que faltou convidar o Merval.

A atividade de repórter está viva, o Amaury não nasceu do fato, é, talvez, o mais premiado dos repórteres brasileiros, este livro é a consolidação de um trabalho de anos e anos de bom jornalismo...não é este jornalismo do lugar comum, do sim senhor, do abaixar a cabeça, do sentimento de vira lata, que a gente vê no PIG - Partido da Imprensa Golpista, disse Paulo Henrique.

O conteúdo deste livro provocou o início do processo de uma CPI, proposto pelo Deputado Protógenes, e precisará da pressão popular para que seja instalado, pois é a continuação da Operação Satiagraha, que investigou e condenou o banqueiro Daniel Dantas.

Amorim lembrou que a luta pelo Marco Regulatório das Comunicações uniu a todos neste lançamento do livro Privataria Tucana, que foi proposto pelo Instituto Barão de Itararé. O boicote à divulgação deste livro e da Ley de Medios, na grande mídia, acentua a necessidade da democracia na comunicação, pois a enorme concentração da propriedade cruzada faz com que somente uma versão dos fatos prevaleça.

O livro do Amaury é o couvert do que veremos na CPI do deputado federal Protógenes, e, segundo Amorim, descreve a maior roubalheira das privatizações que aconteceram na América Latina. O presidente mexicano Carlos Salinas de Gontário, que fez a privatização, entregou o México ao Carlos Slim, que se tornou o homem mais rico do mundo. O irmão do presidente foi preso, ele fugiu para a Irlanda, hoje vive num bunker na cidade do México, ninguém sabe onde é; o presidente da Bolívia, Gonzalo Sachez Lozada, fugiu para Miami sendo chamado de assassino; o presidente do Peru que fez a privatização, Alberto Fujimori, está preso; o presidente da Argentina que fez a privatização, que só não vendeu a Casa Rosada porque não deu tempo, teve que tomar emprestado um mandato de senador, para não ir em cana. E aqui o FHC cobra R$50.000,00 por palestra, aqui levam ele a sério, completo Amorim.

Eles têm que responder, pelo que fizeram, diante do Congresso. A privatização do Brasil não é geneticamente diferente daquela que foi feita no México, na Bolívia, na Argentina e no Peru. Foi o mesmo processo de briberização (suborno) mencionado por Joseph Stiglitz, prêmio Nobel de Economia.

Este suborno está provado com documentos no livro, e mostra como Carlos Jereissati comprou a Telemar, e a propina foi para Ricardo Sérgio de Oliveira, que foi tesoureiro da campanha do Fernando Henrique e do José Serra.

Amorim lê o texto de seu blog Conversa Afiada: Protógenes jogou a bomba do Rio Centro no colo do governo. A Privataria Tucana a obra magna do brilhante Daniel Dantas é mãe de todos os mal feitos, a consultoria do Palloci, as ongs do Orlando, o duplo emprego do Luppi, isso tudo é brincadeira de criança diante da maior roubalheira numa privatização latino americana, a obra do Amaury e seu sucedâneo político, a CPI da privataria são a bomba do Rio Centro lançado no colo do governo. Se o governo escalar o coronel Jobs Santana para desarmar a bomba, babau. A bomba do Rio Centro descobriu a farsa da abertura política do último presidente militar. O Figueiredo, prendia, batia e arrebentava, e se acumpliciava aos terroristas do Rio Centro que queriam explodir o Rio Centro com Chico Buarque e todos que estavam lá dentro. O Marco Maia, não é o Marco Maia, ele é o governo Lula e Dilma. Se a CPI do FHC, Dantas e Serra, não sair, babau. Todos os mal feitos properarão, mesmo os dos pés de chinelo, para usar a expressão da comunidade que o delegado Itagiba frequentava. Não adianta falar grosso com o Luppi e falar fino com o Dantas, finalizou Amorim.

Aplausos, assista ao vídeo e tire suas conclusões.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Empresa de TV a cabo, do Grupo El Clarín, faz concorrência desleal e sofre intervenção.

Victor Zacharias

Hoje de manhã, ouvi pela rádio que uma empresa argentina de TV a cabo, foi invadida pelos militares, e seus diretores foram detidos.

É bem provável que a mídia brasileira aproveite este evento para condenar a conduta do governo argentino, que recentemente aprovou a Ley de Medios para democratizar sua comunicação. O El Clarín, principal grupo de comunicação argentino, ficou muito incomodado, porque, como é feito aqui do Brasil, usava a radiodifusão como uma propriedade particular, cujo objetivo de lucrar e fazer política, quase sem nenhum sentido ético ou público, era o costume.

No Brasil, infelizmente, caminhamos muito pouco para a implementação do Marco Regulatório das Comunicações, nossas emissoras de rádio e tv, concessões públicas, aprenderam com a ditadura e fazem, muitas vezes, censura privada das informações;
Força Militar ocupa durante 3 horas a Cablevision

O que aconteceu na Argentina foi que a justiça da província de Mendonza, ordenou a intervenção da Cablevision, empresa do Grupo El Clarín, por concorrência desleal, queixa feita pelo Supercanal, empresa do Grupo Vila Manzano. A denúncia foi que com a recente fusão da Cablevision com a Multicanal, os diretores do Grupo El Clarín começaram a praticar conduta anticompetitiva, como manobras para excluir seus concorrentes, preços predatórios e manipulação da grade, entre outras irregularidades.

Sendo assim a justiça nomeou um interventor para um administração conjunta neste período, porém, hoje quando tentou assumir o comando na sede da empresa, foi impedido, segundo a agência oficial de notícias.

A Cablevision terá direito de recorrer, mas hoje é preciso executar a ordem judicial, disse o nomeado auditor, Ricardo Mastronardi. De acordo com o mandado judicial o co-administrador ficará 60 dias examinando documentos da contabilidade e do marketing da empresa. Ele garantiu que os empregados não serão afetados e que a medida visa proteger os consumidores.

Ao que tudo indica foi uma intervenção feita pela justiça, dentro da lei, e que pelo não cumprimento, por parte da empresa, foi necessária a presença do exército, mas os meios de comunicação, acostumados ao monopólio e a exercer poder conforme seus interesses políticos e financeiros, parecem ter problemas em aceitar determinadas leis.

(com informações da Página 12)

domingo, 11 de dezembro de 2011

Santos vai jogar contra os japoneses pelo Campeonato Mundial

Victor Zacharias

Hoje às 8:30, horário do Brasil, começou o jogo que definiu, nos pênaltis, o Kashiwa Reysol como o adversário do Santos, para as quartas de final, que acontecerá na próxima quarta feira, no inverno gelado do distante Japão.

O jogo foi equilibrado com maior posse de bola do time japonês, que não conseguiu converter essa vantagem, em gols. O primeiro gol do time japonês foi marcado por um dos brasileiros que faz parte da equipe do Kashiva, o meia atacante, Leandro Domingues (28 anos, nascido em Vitória da Conquista e jogador do ano do Japão). Logo depois, em 5 minutos, veio o gol do time mexicano.

Leandro Domingues, autor do gol japonês, jogador do ano
Esse empate continuou e levou o jogo para a prorrogação, que o time do Kashiva jogou com o mesmo empenho e mostrando boa forma física, enquanto aos mexicanos pareciam mais cansados.

A torcida japonesa mostrou sua paixão pelos gritos e cantos constantes, dava para ver em faixas o orgulho que tem pela equipe: We Are Kashiwa stupid ! (Nós somos o Kashiwa, estúpidos).
A televisão mostrou no estádio, Ganso e Edu Dracena, agasalhados com gorros, assistindo o jogo.

Com certeza não será fácil vencer para o Peixe, pois o Kashiwa Reysol, acabou de ser Campeão do Japão e com esta vitória sobre o Monterrey, aumenta sua moral e vontade de ganhar, no entanto, tecnicamente não tem futebol para ganhar do Santos FC.

Mais uma vez se encontrarão, desta vez em campos opostos, os treinadores, Nelsinho Batista e Muricy Ramalho, quando eram jogadores estavam no mesmo time, o São Paulo.

Todo o trabalho marketing para ganhar a simpatia dos torcedores japoneses ficou prejudicado, afinal tudo indica que eles torcerão para o Kashiwa na próxima quarta feira, dia 14, às 8:30 (horário do Brasil), mas na partida contra o Barcelona esse esforço dará frutos.

Enquanto isso o Barcelona jogará contra o Katar que venceu os tunisianos com vantagem de dois gols, em uma partida que levantou polêmica, pois a Tunísia marcou 1 gol na prorrogação do segundo tempo, anulado pelo juiz por um impedimento duvidoso. Neste jogo tudo indica que o Barcelona será o vencedor.

Santos a caminho do tri.

Serra, Dantas e os trambiques tucanos comprovados no livro do Amaury Ribeiro.

Victor Zacharias
O grande bafafá de ontem foi o lançamento do livro do Amaury Ribeiro, Privataria Tucana, nem sequer foi mencionado pela grande (?) mídia, que, apesar de não terem recebido o exemplar promocional de lançamento, com certeza ficaram sabendo do livro e do seu polêmico assunto.

Livro é resultado de um trabalho de quase 20 anos deste jornalista e faz denúncias graves contra Serra e sua filha, Dantas e sua irmã, FHC, Ricardo Sérgio, principalmente, mas também contra Rui Falcão, Pallocci e Pimentel. 

A saída para comunicar este importante fato foi utlizar a liberdade de expressão que há na internet, e fazer uma entrevista transmitida "on line". Os entrevistadores foram Luiz Carlos do Minas sem Censura, Rodrigo Vianna do Escrevinhador, Renato Rovai da Fórum, Luis Nassif, Roberto Maringone, Azenha do Vi o Mundo, e Miro do Blog do Miro, entre outros.

Amaury conta que tentou publicar no Globo este livro, mas não conseguiu, hoje, diz ele, se sabe que o Globo é ligado ao tucanato. Esta deve ser a razão.
Ele se mostrou magoado com o Globo,"trabalhei no Globo 6 anos, ganhei mais de 50 prêmios de jornalismo, e nessa eleição o jornal apagou minha memória como se fosse um bandido."

"Um cara que fala que o Ricardo Sérgio é um homem sério, para mim é um bandido", disse a respeito do comentário de FHC que elogiou Ricardo Sérgio.

Ricardo Sérgio de Oliveira, um banqueiro, fez tudo, no esquema de lavanderia, diretor da área internacional do Banco do Brasil do governo Fernando Henrique. Era o artesão que montava os consórcios da empresa de telecomunicações. Ele fez o esquema para receber a propina, agiam em troca de dinheiro, para uso pessoal para todos eles, do Banestado. Ele criou junto com Dantas, metodologia de lavar dinheiro nas ilhas Britânicas. O princípio da lavagem fica em off shore, empresa em paraíso fiscais, não é só o PSDB, é o Beira Mar, os maiores bandidos fazem isso.

Gregório Mari Preciado é dono da casa onde funcionou a sede de campanha em 2002, é dono de terrenos onde ficavam as empresas da Verônica Serra e o Jereissati. Então este é um cara do Serra.

Verônica Serra, é somente uma patricinha, tem um outro livro que conta de como o Dantas conquistou a filha do Serra, uma história romântica. Todo esse envolvimento se revela quando, para justificar o grande ganho de Verônica, Dantas fez uma matéria na Isto é Dinheiro elogiando a Verônica que num lance de genialidade comprou, no "boom" da empresas formadas na internet, uma empresa chamada Patagon, e ficou milhonária do dia para a noite. A Isto é Dinheiro é uma das empresas de comunicação que está lista de pagamento do Daniel Dantas.

O Serra, disse, não confia em ninguém, fez Alexandre Bourgeois mudar regime de casamento com a filha dele, depois de casados.

Verônica Dantas e Serra são sócias das empresa Decidir, cujo dinheiro, 5 milhões de dólares, veio do Opportunity e o City Bank. Foi nessa época que Serra comprou a casa que está no nome da Verônica. Tudo isso uma jogada para justificar a compra de uma casa em Trancoso, para não usar mais a casa do Preciado.

O nivel do jornalismo brasileiro é muito baixo, eles não entendem de economia e os tucanos se aproveitam disso.

Houve uma chantagem do Serra sobre o Aécio, via Itagiba que era quem mandava o recado, O Estado de Minas pediu para investigar quem eram os arapongas que vigiavam seus movimentos. Na página 24 do livro tem o seguinte texto: o que me pedem é descobrir quais são os arapongas que estariam no encalço do governador de Minas, Aécio Neves, durante seus discretos roteiros sentimentais pelo Rio de Janeiro, segundo relato Aécio é vigiado e tem seu movimentos seguidos pelos seus adversários na disputa pelo PSDB na pré candidatura a presidência da República que o, então, governador José Serra trabalhava nos bastidores para alijar seu adversário.

A irmã do Aécio é complicada, demite jornalista, eles estão no controle, tenho um amigo Marcos Nascimento da Globo e foi demitido porque fez matéria violenta.

Fence, funcionava no Rio de Janeiro, é uma empresa de escuta contratada pelo José Serra por 1 milhão comandada pelo Coronel Enio, que é ligado ao dep. Marcelo Itagiba. Eles tentaram investigar a Dilma e não encontraram nada, então começaram a investigar o PMDB, base aliada, e o Itagiba ameaçou este partido com objetivo de forçar a retirada de apoio ao governo.

Amaury destaca que o patrimônio do FHC, de acordo com um colega, é muito grande. Acho que tem conexão com o processo de privatização.

A imprensa em geral fez um trabalho canalha, sórdido, na campanha da Dilma. Eu não participei disso. Virão 6 ou 7 livros que mostrarão isso. Amaury ameçou, "César Tralli é um mercenário e já estou na cola dele."

Emediato, da editora, disse que há ameaças para embargar o livro. Um sindicalista me convidou e falaram de vários assuntos e no final perguntou sobre o livro e se ele toparia falar com o Serra, deu o cartão e disse que se o Serra quisesse poderia passar no escritório dele. Neste livro, ao contrário do que acontece nos outros livros de denúncias, não há suspeita, nem calúnia, tem fatos respaldados por documentos.

Meu próximo passo é mostrar os jornalistas que foram e são beneficiados pelas privatizações, eu vou até o fim, disse Amaury Ribeiro Jr.

Assista a longa entrevista e tire suas conclusões.

sábado, 3 de dezembro de 2011

Especulação imobiliária, permitida por Kassab, é predatória e favorece enchentes.

Victor Zacharias

Na palestra Planejamento Urbano e Mudanças Climáticas, que foi feita em 1 de dezembro, a geógrafa e pesquisadora do IPT, Ros Mari Zenha, fez uma breve análise das consequências do estilo de vida do homem, principalmente o econômico, na natureza e na vida das cidades.

Ros Mari, iniciou dizendo que em breve sairemos da época geológica atual, o Pleistoceno, tempo no qual indicam os cientistas que os primeiros sinas do homo sapiens apareceram, para a Antropoceno a era da influência do homem.

O aeroporto de Congonhas quando foi construído ficava muito longe do centro da cidade, o mesmo se deu com outras áreas como o cemitério da Consoloção, etc. O planejamento de São Paulo, se é que existiu, foi pouco inteligente e não previu o crescimento da área urbana e nem respeitou a natureza. Toda esta falta de atenção, que perdura até agora, ocasionou grandes problemas com os quais vivemos hoje.

A despeito de existir uma degradação da natureza de caráter global, há também a local que tem prejudicado milhares de pessoas pela falta de planejamento e de fiscalização do governo municipal.

Os dados científicos mostram que de 1930 até 2010 a temperatura está gradativamente subindo e a humidade relativa do ar vem diminuindo, que deixam longe o tempo da São Paulo da garoa, 1954. O clima da cidade de São Paulo está ficando mais quente, menos úmido, acorrem mais tempestades com muito mais violência, os chamados eventos extremos, há menos garoa, ventos e mais poluição.

Ros Mari Zenha - Geógrafa e Pesquisadora do IPT
Isso vem acontecendo na nossa cara, por que não temos utilizado o conhecimento científico da natureza, ao nosso favor, para a ocupação do solo, diz Zenha: "nós temos um prefeito, é um poder que hoje, é nada a mais e nada a menos do que um instrumento da especulação imobiliária, predatória e pouco inteligente..."

Não é possivel que a população seja enganada com alguns conceito como o da cidade compacta, do emprego perto do local de moradia, Zenha enfatiza, "a gente sabe, por estudos técnicos, que isso é uma mentira, uma balela, uma ficção.", "vivemos no capitalismo que já saiu da época da vila operária, emprego perto da casa não existe".

Tudo isso serve para justificar o privilégio dado ao mercado imobiliário para o lucro rápido e fácil, "continuar fazendo de São Paulo um paliteiro", isso no fundo atende somente as classes de altas faixas de renda.

É preciso modificar as situações das condições de risco, são 407 áreas, mas é necessário tratar o população muito cuidado, observando todos os direitos humanos, continua Zenha, " o plano municipal de habitação, que aliás não é nenhuma novidade, se pergarmos o Estatuto das Cidades está mais do que dito que a prefeitura deveria estar fazendo o plano de transporte, plano de habitação, plano de mobilidade...um monte de plano, que não foi feito nada, agora que estão apresentando um plano de habitação..."

Zenha mostra uma reportagem como título: São Paulo vai se livrar das enchentes no mínimo em 2040, e completa " isso é uma verdade". Faz mais de dois anos que a sociedade civil organizada exige que o atual prefeito nos entregue um plano de macro drenagem, não dá para fazer remendos de córrego a córrego, porque é um sistema, são inúmeras bacias de drenagem, é preciso ter uma visão holística. Resolvendo ponto a ponto gasta-se muito dinheiro e o problema não é resolvido, explica este item a geógrafa, pesquisadora do IPT.

Assista este registro feito em vídeo de um trecho da palestra e tire suas conclusões.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Globo e STF patrocinam crime contra crianças do Brasil

Rogério Tomaz Jr.
Está na Constituição Federal de 1988. Artigo 220:

§ 3º – Compete à lei federal:
I – regular as diversões e espetáculos públicos, cabendo ao Poder Público informar sobre a natureza deles, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada;

Este é o princípio fundamental que orienta uma portaria do Ministério da Justiça que estabelece a chamada Classificação Indicativa.

O que é a Classificação Indicativa? Em resumo, é a obrigação que as emissoras de ráido e TV têm de adequar a grade de programação de acordo com a faixa etária definida para cada programa que vai ao ar.

Não há nenhum tipo de censura, de restrição prévia, de controle de conteúdo ou qualquer embaraço que justifique a rejeição de uma norma que visa proteger crianças e adolescentes de programações inadequadas – esta norma, vale lembrar, já era aplicada, de forma mais genérica, no tempo da ditadura que a Rede Globo de Televisão apoiou desde o seu início (1964) até o seu final (1985).

Apesar disso, a emissora da família de Roberto Marinho conseguiu enxergar – agora, não enquanto durou a ditadura – na Classificação Indicativa uma “ameça à liberdade de expressão”.

A Globo não aceita a portaria, mesmo tendo participado de TODO o processo de elaboração da mesma, que foi feita num processo de amplo diálogo com entidades da sociedade civil e empresas de mídia.

A mesma Rede Globo, usando o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) como laranja, entrou – apenas agora, não durante o regime dos militares – com ação no Supremo Tribunal Federal (STF) acusando a Classificação Indicativa de inconstitucional.

E o nosso glorioso Olimpo do Judiciário está prestes a acatar a tese da Vênus Platinada – uma empresa de comunicação cujo diretor de jornalismo não tem pudor em escrever um livro afirmando que não existe racismo no Brasil.

O julgamento da ação contra a CF teve início ontem (1/12) e quatro ministros já se disseram favoráveis ao entendimento da Rede Globo: o relator Antonio Dias Toffoli, a ministra Cármen Lúcia e os ministros Luiz Fux e Carlos Ayres Britto. O ministro Joaquim Barbosa pediu mais tempo para analisar o caso e o julgamento foi suspenso.

Contradições da vida, o relator do caso, Dias Toffoli, estava há poucos anos no cargo de Advogado Geral da União e, como tal, era encarregado de defender a portaria do governo. Agora, proferiu um voto raso, inconsistente e desinfomado, vergonhoso, para não dizer pior.

Na prática, se a CF for derrubada, o STF estará dizendo que é inconstitucional um princípio que está gravado na Constituição e reforçado no Estatuto da Criança e do Adolescente, que é considerado a legislação nacional mais avançada do mundo em termos de proteção dos direitos de crianças e adolescentes.

Se essa decisão se confirmar, será um verdadeiro crime cometido contra crianças e adolescentes no Brasil. Um crime reivindicado pelo PTB, patrocinado pela Rede Globo e sancionado pelo Supremo Tribunal Federal, que estará mandando um recado nítido às emissoras: VALE TUDO!

Nas democracias políticas mais consolidadas do que o Brasil, tais como EUA, França, Suécia, Noruega, Dinamarca, entre muitos outros, existem inúmeros mecanismos muito mais rígidos de regulação de conteúdo da mídia do que a Classificação Indicativa.

A diferença é que, entre nós, as grandes empresas de mídia ainda não se acostumaram à democracia. Saudosas do tempo que estavam associadas ao poder verde-oliva no comando do País, querem impor a sua lei – a lei do mercado, onde vale tudo para turbinar os lucros, inclusive passar por cima pelos direitos de crianças feito uma jamanta atropelando um cão na estrada – sobre todas as demais leis e sobre a própria Constituição Federal.

O julgamento deve ser continuado na próxima semana ou no início de 2012. A julgar pelo andamento inicial, a Globo vai comemorar em breve mais uma vitória dos seus interesses contra o interesse público.


Dias Toffoli lendo seu voto vergonhoso

Abaixo segue uma lista de referências sobre o caso.

Classificação indicativa na democracia
(Artigo – clique aqui)

Contribuições do Instituto Alana ao debate sobre Classificação Indicativa
(Documento – clique aqui)

O Globo faz censura em reportagem sobre classificação indicativa
(Notícia – clique aqui)

Classificação indicativa: as críticas e os fatos
(Artigo de Gustavo Gindre – clique aqui)

Regulação de mídia e colisão entre direitos fundamentais
(Dissertação de mestrado de Joana Zylbersztajn – clique aqui)

Classificação Indicativa no Brasil: desafios e perspectivas
(Livro do Ministério da Justiça – clique aqui para acessar o PDF)

Conexão Brasília Maranhão

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

"Sou visceralmente contra a censura" Franklin Martins

Victor Zacharias

No dia 25, aqui em São Paulo, Hotel Braston, por iniciativa do PT nacional, cujo presidente é o deputado Rui Falcão, foi realizado um Debate sobre o Marco Regulatório das Comunicações.

Este encontro foi significativo pois contou com a presença de grandes lideranças do governo, do meio acadêmico e dos veículos alternativos, além de uma platéia participativa.
No final do governo do Presidente Lula, em 2009, foi realizada a primeira Conferência Nacional de Comunicação, Confecom. Nela 700 resoluções foram aprovadas por uma comissão tri partite: sociedade civil, estado e empresariado. Na época o Ministro da Secom era o Franklin Martins e antes de finalizar o sua gestão preparou um material para que o próximo Ministro pudesse encaminhar o projeto de um Marco Regulatório das Comunicações para o Congresso.

Hoje, quase dois anos após a 1ª Confecom, quase nada aconteceu e o país continua com uma regulamentação defasada, quase 50 anos, e com leis fragmentadas que não dão conta das novas tecnologias e sua eminente convergência.

O PT no seu último Congresso fez uma moção detalhada sobre a posição do partido com relação a Comunicação e ao promover este debate dá mais uma demonstração de sua firme intenção de lutar pela da mídia.

Pelo seu grande envolvimento neste discussão, o discurso de Franklin Martins foi o ápice do debate. Ele reafirmou a necessidade de se fazer a regulação, caso contrário, o mercado acabará se auto regulando e isso será o "pior dos cenários para o país. Nós teremos um setor econômico extremamente poderoso, que são telecomunicações, controlando os meios..."

A regulação não tem nada a ver com liberdade de imprensa, o que existe é uma tática para interditar um debate público e transparente, disse Franklin, "sou visceralmente contra a censura. Isso não é uma conviniência, sempre fui, a minha vida inteira."

"Quem lutou contra a ditadura, lutou contra a censura o tempo todo. Nem todo mundo pode dizer isso. Houve jornal e órgão de comunicação que se acomodou a censura, que se auto censurou. Houve até, e não foram poucos, os que pediram a vinda de um regime de força onde estava embutida a existência da censura."

O governo Lula garantiu a mais absoluta liberdade de imprensa no país, um mérito da sociedade brasileira, apesar de ter sido atacado pela grande imprensa como nunca, complementou Franklin " Não é do tempo do Fernando Henrique, o pensamento único. Quando um dia ele comentou que achava que a imprensa estava até exagerando de tanto elogio que fazia."

A qualidade de conteúdo pela liberdade de imprensa só garante que imprensa seja livre, mas pode não ser boa. Os erros da imprensa devem ser criticados. Faz bem a ela. Quando isso não acontece o leitor percebe: "não é a toa que os jornais vivem uma seríssima crise de credibilidade hoje em dia. As pessoas não acreditam mais no que vêem, porque percebem que tem manipulação."

Franklin também disse que a blogosfera é o grilo falante da imprensa. Pinóquio mente ou manipula, a blogosfera já avisa: - Pinóquio, olha o nariz tá crescendo. E as redações dos jornais se incomodam profundamente.
Assista nos vídeos trechos de alguns discursos e tire suas conclusões.





quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Orçamento Participativo, o bom desafio que poucas cidades enfrentam

Victor Zacharias
Aconteceu neste mês o 1º Encontro Paulista da Rede Brasileira de Orçamento Participativo, foi em Suzano e teve a participação de representantes de 17 cidades.
O Orçamento Participativo é uma maneira do governo permitir que a população discuta e defenda onde, no que, como e quando parte da verba pública deve ser gasta.

A maioria dos governos não caminha nesta direção, um dos motivos pode ser pela dificuldade de manter um relacionamento próximo e constante, isto é, durante todo o mandato com a população, e ainda tem mais um problema, quem participa com certeza irá controlar e fiscalizar tudo que foi decidido.

Destas 17 cidades participantes, São Paulo é a única que já teve esta experiência e estava presente. Claudio Costa e Fábio Siqueira, disseram que infelizmente os últimos governos não deram continuidade no OP, então hoje eles fazem parte de um movimento paulistano de Resistência do OP (Orçamento Participativo).

Em São Bernardo do Campo, a secretária Nilza de Oliveira, contou que a cidade foi dividida em 29 regiões e as plenárias foram realizadas para discutir as diretrizes para elaboração da PPA P (Plano Plurianual Participativo). São várias etapas e ao final a proposta é enviada a Câmara Municipal para votação dos vereadores. Um processo bem complexo que envolve até a capacitação do munícipe para que a participação seja feita com qualidade.

Em Suzano, Rosenil Barros Órfão , secretário de Participação Popular, dividiu a cidade em 12 regiões e nos últimos anos milhares de pessoas participaram do OP. Ele acredita que para a evolução do sistema republicano, garantindo e radicalizando a democracia, as políticas de participação são instrumentos essenciais.

São José do Rio Preto transformou o OP em lei, Eni Fernandes, ex-vereadora, conta que o povo não queria que a participação popular ficasse dependente da vontade do governante de plantão, por isso lutaram pela lei e o estabelecimento de uma política de Estado.

Katia Lima, Coordenadora do OP de Guarulhos, e da Rede Brasileira, disse que o 1º Encontro é importante para reunir as experiências do Estado de São Paulo e debater para definir as principais ções, atividades que o Fórum Paulista e a Rede Brasileira irão desenvolver no próximo período.

Um dos problemas mais evidentes nas cidades que trabalham com o OP é que cada secretaria se comporta como uma mini prefeitura, isto é, admitem ou não o trabalho com OP sem olhar para a estratégia estabelecida pelo prefeito. Como romper com estes feudos foi tema dos debates deste 1º Encontro em Suzano.

No início e no término do evento, representantes presentes de algumas cidades pontuaram as questões mais importantes neste vídeo.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Tentativa e erro, é o que faz o socialismo avançar - Paulo Singer

Victor Zacharias

A Casa da Cidade promove a série de debates: De Jânio a Lula. No mês de outubro o professor Paulo Singer, atual Secretário Nacional de Economia Solidária do Ministério do Trabalho e Emprego, que viveu esta época, contou algumas de suas histórias e experiências. Nestes trechos de suas falas dá para perceber dois pontos que vemos ainda hoje, a comunicação influenciando as opiniões da população e a luta contra a corrupção usada como motivo para revoluções.
Paulo Singer
O plano de Jânio
Nas eleições de 1960 a direita elegeu Jânio Quadros e a esquerda o Vice, João Goulart. A grande iniciativa de Jânio, que tinha como marca a promessa de varrer a corrupção com sua vassourinha, nos seus primeiros meses, foi proibir rinha de galo, uso de biquínis na praia, e mais algumas medidas moralizantes. Jânio passou a ser atacado pelo advogado Carlos Lacerda, que tinha um jornal e foi para a televisão combatê-lo, e ao que tudo indica, o presidente concebeu um golpe político mediante sua renúncia.  Seu pensamento estratégico era de que seu vice não seria aceito pelo militares, por isso enviou uma carta renúncia no dia 25 de agosto, mas ninguém teve a ideia de pedir a sua volta, como ele tinha planejado. O resultado foi que, depois do regime ter sido mudado para parlamentarismo, João Goulart voltou, foi empossado como Presidente e Tancredo Neves foi seu Primeiro Ministro.
O combate a corrupção
Em 64 a revolução aconteceu sem sangue, e veio o regime militar que durou 21 anos, o motivo do golpe era para acabar com a corrupção e a subversão, os inquéritos policiais militares tinham este foco, por exemplo, Ademar de Barros, governador de São Paulo, e seu sucessor foram depostos por acusações de corrupção.

O Socialismo
Socialismo democrático deve dar os frutos que se espera, disse Paulo Singer, seu conceito é semelhante ao da economia solidária. A renda básica faz parte da proposta socialista, tem o mesmo princípio, ninguém vai sofrer ou morrer prematuramente por falta de dinheiro. O problema é o partidarismo.

Paulo Singer contou que no ano 2000, em um Congresso do PT, foi questionado se a bandeira do socialismo deveria ser abandonada, pois já estava manchada, era controversa, a reação usava contra o partido, etc. Neste tempo alguns dirigentes se manifestam publicamente e os militantes petistas protestaram, foi quando Lula chamou Antônio Cândido e propôs uma discussão interna, porque não havia motivo para esconder o assunto. Um debate sobre o tema socialismo começou, o próprio Paulo Singer e o Chico de Oliveira foram convidados a integrar este grupo de pensadores.  Neste debate que durou vários anos, outros companheiros vieram colaborar e desenvolveram teses, como a ex-petista, Marina Silva que apresentou o Socialismo e o Meio Ambiente.

O processo foi rico e uma das conclusões a que cheguei, diz Paulo Singer, é que não se deve dar a palavra socialismo um sentido único, algo que dura para sempre, porque nós estamos praticando o socialismo e inclusive percebemos que há erros e hipóteses que não se confirmam.
A economia solidária é uma vasta experiência socialista, mas, por exemplo, os princípios dela no dia a dia dos quilombos é um desafio que se revelará na prática, mesmo sabendo dos valores semelhantes como a posse coletiva da terra, o cultivo comum e a facilidade de se organizarem em cooperativas.
O socialismo não é aceito por todos, de certa forma é bom, porque só aprendemos quando nos negam, mostram o nosso erro e nos convencemos dele. O elogio nos faz um bem danado, porém não aprendemos nada. A economia solidária está sendo construída com erros, tentativa e erro. É minha convicção é que este método fez a humanidade avançar, a forma dedutiva em geral leva a enganos enormes, claro não devemos repetir erros. Para chegarmos a vacina contra o câncer será preciso experimentar, sem medo de errar,  completa Paulo Singer.

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Blogueiros firmam posição contra a censura e pelo Marco Regulatório da Comunicação

Documento defende luta por liberdade de expressão, contra qualquer tipo de censura ou perseguição política dos poderes públicos e das corporações do setor, por novos marcos regulatórios da comunicação, pelo acesso universal à banda larga de qualidade e contra qualquer tentativa de cerceamento e censura na internet. Próximo encontro já está marcado para novembro de 2012, também em Foz do Iguaçu.
Marcel Gomes

Foz do Iguaçu - O 1º Encontro Mundial de Blogueiros terminou sábado (29) após reunir, durante dois dias, 468 ativistas digitais, jornalistas, acadêmicos e estudantes de 23 países e 17 Estados brasileiros. O próximo encontro já foi marcado e acontecerá em novembro de 2012, também em Foz do Iguaçu.
Almed Al Omran, Farhan Janjua, Renato Rovai, Sérgio Telles, Pepe Escobar e
Ahmed Bahgat ocuparam a mesa sobre “Experiências na Ásia e África”
Na plenária final, foi aprovada a "Carta de Foz do Iguaçu", documento que trata do papel da blogosfera na construção da democracia - o tema central do encontro. A carta defende a luta por liberdade de expressão, contra a censura ou perseguição política dos poderes públicos e das corporações, por novos marcos regulatórios da comunicação, pelo acesso universal à banda larga e contra o cerceamento e censura na internet.

"Para um primeiro encontro organizado em apenas dois meses, não há dúvida que tivemos êxito", disse Altamiro Borges, do Instituto de Estudos da Mídia Alternativa Barão de Itararé. "A comunicação só vai avançar quando o movimento social se apropriar dela, não será meia dúzia de blogueiros e tuiteiros que farão a revolução", apontou. Participaram do encontro sindicalistas e ativistas de vários movimentos sociais, como o MST e a Via Campesina.

Para Joaquim Palhares, da Associação Brasileira de Empresas e Empreendedores da Comunicação (Altercom), a democratização da comunicação no país passa pela articulação da imprensa alternativa, o que foi possibilitado pelo encontro dos blogueiros e é tarefa da própria Altercom. "Um de nossos objetivos precisa ser a democratização das verbas de publicidade do Estado, que são alvo das organizações representativas da grande imprensa, como a ANJ (Associação Nacional de Jornais)", afirmou Palhares, que também é diretor da Carta Maior.

Leia, a seguir, a íntegra da "Carta de Foz do Iguaçu":

"O 1º Encontro Mundial de Blogueiros, realizado em Foz do Iguaçu (Paraná, Brasil), nos dias 27, 28 e 29 de outubro, confirmou a força crescente das chamadas novas mídias, com seus sítios, blogs e redes sociais. Com a presença de 468 ativistas digitais, jornalistas, acadêmicos e estudantes, de 23 países e 17 estados brasileiros, o evento serviu como uma rica troca de experiências e evidenciou que as novas mídias podem ser um instrumento essencial para o fortalecimento e aperfeiçoamento da democracia.
Como principais consensos do encontro – que buscou pontos de unidade, mas preservando e valorizando a diversidade –, os participantes reafirmaram como prioridades:

- A luta pela liberdade de expressão, que não se confunde com a liberdade propalada pelos monopólios midiáticos, que castram a pluralidade informativa. O direito humano à comunicação é hoje uma questão estratégica;

- A luta contra qualquer tipo de censura ou perseguição política dos poderes públicos e das corporações do setor. Neste sentido, os participantes condenam o processo de judicialização da censura e se solidarizam com os atingidos. Na atualidade, o WikiLeaks é um caso exemplar da perseguição imposta pelo governo dos EUA e pelas corporações financeiras e empresariais;

- A luta por novos marcos regulatórios da comunicação, que incentivem os meios públicos e comunitários; impulsionem a diversidade e os veículos alternativos; coíbam os monopólios, a propriedade cruzada e o uso indevido de concessões públicas; e garantam o acesso da sociedade à comunicação democrática e plural. Com estes mesmos objetivos, os Estados nacionais devem ter o papel indutor com suas políticas públicas.

- A luta pelo acesso universal à banda larga de qualidade. A internet é estratégica para o desenvolvimento econômico, para enfrentar os problemas sociais e para a democratização da informação. O Estado deve garantir a universalização deste direito. A internet não pode ficar ao sabor dos monopólios privados.

- A luta contra qualquer tentativa de cerceamento e censura na internet. Pela neutralidade na rede e pelo incentivo aos telecentros e outras mecanismos de inclusão digital. Pelo desenvolvimento independente de tecnologias de informação e incentivo ao software livre. Contra qualquer restrição no acesso à internet, como os impostos hoje pelos EUA no seu processo de bloqueio à Cuba.

Com o objetivo de aprofundar estas reflexões, reforçar o intercâmbio de experiências e fortalecer as novas mídias sociais, os participantes também aprovaram a realização do II Encontro Mundial de Blogueiros, em novembro de 2012, na cidade de Foz do Iguaçu. Para isso, foi constituída uma comissão internacional para enraizar ainda mais este movimento, preservando sua diversidade, e para organizar o próximo encontro."

fonte: Carta Maior

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Anonymos denuncia a manipulação da Veja

Victor Zacharias

A revista Veja, chamada de panfleto da burguesia e de outros nomes também, continua praticando um jornalismo tendencioso e manipulativo.
Em tempos de luta pela democracia na comunicação, pela diversidade e pluralidade, esta publicação em suas últimas capas descumpriu várias regras da ética na comunicação.
Começou com a matéria do Zé Dirceu, gostem ou não dele, o fato de tentar invadir seu quarto em um hotel foi um ato criminoso, fosse com outro político querido da mídia conservadora e monopolista, o escândalo seria gigantesco. Na semana seguinte veiculou uma matéria que estimulava o uso de remédios para emagrecer, foi extremamente criticada pela Anvisa e por muitos médicos. Na sequência anunciou em sua capa o movimento Anonymos e o conceituou como um movimento essencialmente contra a corrupção, o que não é, pois é um movimento derivado dos que tem sido feitos internacionalmente sem cor partidária e contra os poderes econômicos. E para finalizar a série antiética, denunciou o Ministro dos Esportes, Orlando Silva, usando o testemunho de um policial corrupto que não tinha provas do que falou.
Entendo que a credibilidade é o maior valor de um veículo de comunicação de massa, mas esta revista do grupo Abril tem mostrado que não merece a confiança de seus leitores.
O turma do Anonymos reagiu e fez um vídeo para revelar a todos como a tal revista distorce as informações.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Entidades vão às ruas pelo Marco Regulatório da Comunicação

Victor Zacharias

A Frentex - Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação promoveu um ato público pelo Marco Regulatório da Comunicação, nesta terça, na hora do almoço, dia Mundial da Democratização da Comunicação, na Av. Paulista, 900, em frente ao prédio que fica a TV Gazeta.
De longe se via um palanque, feito de papelão, com uma frase que expressava a liberdade que marcava o evento: Aqui você tem voz. Ao lado duas caixas de som, ligadas a baterias de carros, ampliavam os discursos, e durante os pequenos intervalos, músicas com críticas a mídia eram tocadas.
Com o objetivo de familiarizar a população e facilitar o entendimento desta com as questões de comunicação os representantes de várias entidades apresentaram alguns pontos em comum, por exemplo: a necessidade de uma nova lei que possa regular o setor de acordo com o capítulo V da Constituição Federal, assim a organização dos meios de comunicação se dará calcada em conceitos democraticamente estabelecidos e garantidos pelo Estado; a existência de um monopólio e oligopólio, das concessões públicas, do rádio e da televisão que pertecem a menos de uma dezena de grupos, e controlam a informação influindo decisivamente na formação de significados, valores e na opinião pública de toda sociedade de acordo com interesses privados e não públicos como deveria ser; a constante criação de preconceitos e esteriótipos pelos programas e comerciais exibidos na televisão e no rádio, como a recente polêmica de uma propaganda de calcinhas que reforça o estigma machista de que as mulheres são incapazes de pensar, por isso só terão alguma chance sendo um mero objeto sexual, que moradores da periferia são bandidos e viciados, além disso estas mensagens televisivas excluem da visibilidade alguns grupos como os negros e os homossexuais e estabelecem padrões de vestuário e estética não compatíveis com a maioria da população, estabelecendo uma distância social entre grupos cuja identicação é feita pela aparência desprezando os direitos humanos; parece haver um consenso de que é preciso fundamentar o novo Marco em dois pilares da democracia: diversidade e pluralidade.
Houve uma preocupação nos discursos de reiterar que "regular não é censurar", porque os meios de comunicação estão disseminando este conceito como forma postergar o Marco Regulatório da Comunicação.
É verdade que a internet tem proporcionado um pouco de democracia na comunicação de massa, mas foi dado um alerta de que poderá sofrer censura, pois pretende-se privilegiar o trânsito de dados dos grandes conglomerados financeiros em detrimento daqueles arquivos que comumente a população utiliza como música, jogos e entrenimento.
Enquanto os discursos eram feitos, o Idec colhia assinaturas para um abaixo assinado que exigia o compromisso das operadoras de internet com a qualidade da banda larga, e também a garantia da entrega plena da velocidade contratada pelo usuário, pois hoje, naquelas letrinhas miúdas, os provedores só precisam garantir um mínimo de 10% do que foi vendido.
Durante o evento foram distribuídos folhetos que tinham o desenho de um óculos para filmes de terceira dimensão e a frase: Os óculos da mídia alteram a realidade. Nos tempos atuais em que quase toda informação é mediada, a criação de significados comuns para que essa comunicação seja realizada está sendo concretizada nas mensagens da mídia conservadora que como senhora absoluta da concessão pública, edita o conteúdo de acordo com seus interesses, que normalmente são dinheiro e poder.

Assista ao vídeo com trechos de algumas falas feitas durante o evento:

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

A mídia altera a percepção da realidade.

Victor Zacharias

Amanhã é dia Mundial da Democratização da Comunicação, um bom motivo para que os militantes reunidos sob a sigla Frentex - Frente Paulista pela Liberdade de Expressão e pelo Direito a Comunicação façam um ato em defesa do imediato encaminhamento ao Congresso Nacional do Marco Regulatório das Comunicações.
Os meios de Comunicação sem regulação são como óculos que mudam a realidade.
Eles podem fazer você enxergar algo que não existe.
Sabe aqueles óculos que fazem você enxergar coisas que não existem, pois é, muitas vezes olhando o mundo pela mídia isso pode acontecer com a gente.
Hoje em dia a mídia ganhou muita importância nas nossas vidas, para muitos é o únicojeito de se divertir e de se informar, é aí que mora o perigo.
Quase sempre você vê no rádio e na televisão, que são os principais meios de comunicação, as mesmas mensagens publicadas e repetidas durante dias. O mais curioso é que todas as emissoras tem o ponto de vista muito parecido.Será que é proibido pensar ou publicar algo diferente?
Com certeza você pensou ou percebeu isso. A grande mídia, chamada de conservadora, quer que você enxergue o mundo do jeito que eles pensam ser melhor para todos, e a sua opinião, pouco interessa.
Quantas vezes você percebeu que nas novelas não havia muitos negros como na vida real,ou quantas vezes você viu as mulheres serem tratadas como gente de segunda classe e sem o menor respeito.
A mídia transmite cultura, educa e cria significados comuns, estabelece e influencia nas expectativas de vida individual, em sociedade, por isso, é preciso dar visibilidade a variedade de pessoas e valores.
Estão faltando diversidade e pluralidade, duas palavrinhas difíceis, mas importantes em uma democracia.
Portanto, tirar os óculos que a grande mídia nos impõe, e olhar para o mundo amplamente por uma comunicação totalmente liberta das amarras econômicas é um direito pelo qual devemos lutar, que com certeza nos fará mais livres, e mais felizes.
Nossa Constituição Federal precisa ser obedecida e para isso é preciso ter o Marco Regulatório das Comunicações.
Compareça ao ato amanhã na av. Paulista, 900, em frente à Gazeta, das 12 às 14 horas e também aproveite para saber mais na página da internet www.frentex.org

Ouça o Hip Hop criado voluntáriamente pelo compositor, cantor e educador, Mano Réu que com seus educandos produziu esta música especialmente pela Democratização da Comunicação.

sábado, 15 de outubro de 2011

É preciso sensibilizar a massa para as discussões da Rio + 20, diz Marcos Sorrentino

Victor Zacharias

O Tratado de Educação Ambiental é um fruto importante conquistado pela luta da sociedade civil, disse Marcos Sorrentino em sua fala no 1º Seminário Rumo à Rio + 20 em São Paulo.

Ele relembrou que a APEDEMA e as lutas contra a construção do Aeroporto em Caucaia do Alto, em plena ditadura militar, eram organizações civis sem cacique. Não era objetivo profissionalizar entidades, a perspectiva era de ser um movimento de cidadania.

A questão ambiental deve movimentar todas as agendas de todos os movimentos, conclamou Marcos.

Continuando a contar um pouco da história, em 1992 muitos tratados importantes foram feitos, mas a grande massa não conhece. É importante que a Rio + 20 consiga sensibilizar os brasileiros para que mais vozes venham para defender a natureza e trazer esperança. Não dá para entender que 80% do povo quer preservar o ambiente e 400 deputados, que em hipotese representam o povo, não. É um modelo desgastado, onde a gente vota a cada 2 anos e os eleitos acham que tem um cheque em branco para fazer o que quiser.

A participação é essencial, não dá para colocar 7 bilhões de pessoas para votar para tudo, mas como fazemos jogos na loteria, poderíamos também utilizar o mesmo local para que a população expresse sua opinião sobre os assuntos que achamos importantes. Porque a televisão que hoje entra na casa de cada um para trazer coisas do mercado, não traz coisas da comunidade?

A Rio + 20 é um período para fortalecer os laços de companheirismo, é preciso aprender a fazer junto esta mudança de paradigma.

Criar espaço para a diversidade de vozes, caminhos diferenciados de organização política, realização humana, sustentabilidade na vida do planeta, caminhos para ser feliz. Não queremos ter a sensação de um futuro roubado, completou Marcos.

Assista um trecho do vídeo.

domingo, 2 de outubro de 2011

Rio + 20, a natureza, o ecocapitalismo e os pobres.

Victor Zacharias

Em meados de setembro aconteceu em São Paulo, na Alesp, o 1º Seminário da Rio + 20, evento mundial que discutirá no próximo ano, a partir de 26 de maio até 10 de junho, no Rio de Janeiro, as questões da degradação do meio ambiente, os avanços, retrocessos e quais os serão os novos caminhos ecológicos para o mundo.

Esse 1º Seminário, o início da preparação para mobilização da sociedade, contou com a presença de militantes históricos que puderam dar um breve panorama histórico desde a Rio ou ECO 92. Moema Miranda, do Ibase e Marcos Sorrentino da ESALQ/USP, foram os primeiros a falar, depois tiveram a palavra Aron Belinky, da Vitae-Civilis e Tica Moreno, militante da Marcha Mundial das Mulheres.

Moema iniciou sua participação dizendo que até 1989 o mundo estava basicamente polarizado entre o capitalismo e o socialismo, havia uma alternativa, por mais que muitos não gostassem da União Soviética.

Os temas principais da Rio 92, avançados até para hoje, eram: 1)a economia verde e pobreza, e 2)a nova arquitetura da questão mundial. Naquele tempo a ONU era ainda legitimada como um espaço para criar compromissos comuns entre os países, mais do nos dias atuais. Porém, as décadas seguintes, mostraram que houve uma imposição do modelo neo liberal, a fragilização dos estados e o fortalecimento das corporações.

As grandes empresas formaram o mercado e estabeleceram a gerência, organização e definição da vida, as formas de relação entre nós e com o ambiente, disse Moema: " A sensação de que nós como humanidade não pertencemos a natureza, que a natureza é uma coisa distante, que no máximo estão nela alguns humanos que são suficientemente primitivos para se envolverem com a natureza, mas que nós ocidentais somos uma coisa diferente".

Karl Polanyi, autor da Grande Transformação, ainda tinha esperanças que a sociedade fosse estabelecer controle sobre o mercado. O que vimos foi o inverso, comentou Moema.

A proposta da ECO 92 tinha o alternativo, mas desaguava no modelo de exploração ilimitada da natureza tal qual o socialismo. O conceito de progresso continuava sendo o econômico, "a capacidade de abuso e uso do que a natureza generosamente nos brinda".

As corporações significam o que é progresso e desenvolvimento: progredir, crescer e consumir = possuir, ter e se apropriar. Disse Moema, no meu ponto de vista, depois da vitória do neo liberalismo, na América Latina, garantimos governos de "esquerda" que conseguiram romper com a lógica neo liberal e o estado pode exercer e expressar o seu papel na defesa do comum.

O Betinho, que criou o Ibase, costumava dizer, quem tem fome, tem pressa. Não dá para fazer a revolução. Tem que alimentar o pessoal. Ações emergenciais não são contra revolucionárias.

Mas a exploração continua forte, com certeza é difícil reverter isso, a diferença é que hoje temos mais gente ao nosso lado, estamos sem fome de mãos dadas caminhando para o abismo, porém super contentes. O processo é suicída.

A crise não é financeira, ambiental, tem multiplos aspectos, é de civilização do modelo e da concepção da forma de ser e estar que hegemoniza.

É preciso criar um novo paradigma de ser e estar no mundo, apesar do discurso do "agora é minha vez" estar na fala de muitos: Agora que comprei meu carro, você vai dizer que ele polui?

Pelas condições de hoje, a idéia de participação está dada pelo desenho de crescimento e desenvolvimento. Precisamos questionar este desenho. Se o desenvolvimento sustentável não pode dar certo, vamos fazer a economia verde? Com os mesmos padrões? É tempo de criar um questionamento profundo ao capitalismo, porque não bastar pintar de verde, nem todas as cores do arco íris darão conta de reverter esta rota da destruição da natureza. Temos que repensar a essência, ela está na lógica da vida que se constrói a partir do mercado.

Finalizando Moema deixou um pensamento de alteridade: Eu não sou se você não é. A liberdade é a possibilidade de reconhecer a sua humanidade, de ser parceiro na luta pela sua felicidade, só vamos conseguir no diálogo, com vontade de escutar, vontade de estar junto sem falar. Temos que aprender a construir juntos, enquanto ainda dá tempo, um mundo melhor.

Em um próximo texto colocarei as palavras, também registradas, do Marcos Sorrentino.

Assista neste curto vídeo um trecho da fala de Moema Miranda.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

" A onda agora é ser classe C" - João Paulo Rodrigues

Victor Zacharias

Em debate realizado no final do mês passado para discutir a esquerda no Brasil, João Paulo Rodrigues dirigente nacional do MST abordou a questão da união e da mobilização dos movimentos e partidos de esquerda no Brasil, fazendo uma breve análise e propostas para o prosseguimento das lutas e pelo socialismo.

A recuperação da nossa consciência de classe é essencial
Ele disse que "a onda agora é ser classe C". Nos últimos anos a classe trabalhadora acabou sendo desconfigurada, ela não se reconhece como tal, não é mais a classe trabalhadora, é a classe C. A consciência foi transferida para o consumo.

Organização de massa
E para colaborar com este processo a esquerda tem abandonado a perspectiva de organização de massa, que não é um problema só brasileiro."Se queremos mudar não basta ter nossos grupinhos, nossos movimentinhos". A perpectiva tem que ir além da formação de quadros.

No período de descenso da luta de massa a organização é fundamental como maneira de formação de consciência, de estruturação para o enfrentamento do capital, e de acúmulo de força. É preciso discutir quais serão os instrumentos para representar a classe: nos movimentos sociais, sindicais e nos partidos.

Unidade
Há uma hegemonia no agro negócio pelo latifúndio, nos meios de comunicação pela concentração das concessões e propriedade cruzada, e nas relações internacionais com o grande capital pelo Estado.

Por mais que a esquerda brasileira seja uma das que mais tem capilaridade social, ela está fragmentada. São 3 grandes aspectos: - do ponto de vista da ação de massa; - não há projeto; - unidade das massas.

Não existe um projeto em torno do qual todos lutem, isto é, não um programa de cada partido, o que unifica é um projeto que dá referências para onde queremos ir. Mas onde está a força política para construção deste projeto?

Quanto à unidade nas massas, hoje em dia os militantes discutem uma coisa e seus líderes outra.

O tal socialismo
Os socialistas de hoje tem outros interesses, uma parte acha que vai conseguir um emprego bom e outra acha bonito o rótulo; de ser de esquerda, bota um quadro do "Chê", veste uma camiseta e diz "tamo junto".

Eles precisam entender que "para ter o socialismo de verdade temos que fazer uma coisinha que não é fácil: revolução". E essa etapa tem que contar com as massas, senão não tem jeito.

Não tivemos na nossa experiência histórica recente um momento onde as massas foram fazer revolução pelo socialismo. Fomos para rua pelo pão, liberdade, terra, salário e outras questões, são elementos contra a barbárie do capitalismo, mas não saímos pelo socialismo. As massas tem preferido assim: "Vamos para luta pelo socialismo? Beleza, mas eu prefiro ir para a terra antes, tenho que receber um salário". Nos dias de hoje a revolução parece extremamente difícil.

Quais são os temas que acumulam forças para avançar para o socialismo, provocar a ruptura, para fazer a revolução? Esse é o nó que está colocado para nós.

Quando se fala em acumular força é também contraditório, porque esta foi a idéia da década de 80. Acumular força no tempo tem acomodado, por exemplo: um deputado que foi eleito numa estratégia de acumular força para o socialismo, se acomoda e vira outra coisa. No MST também acontece isso. A consciência econômica, a propriedade privada acomoda o que foi acumulado."É um processo permanente de avançar, portanto não é tão simples".

Estes grandes temas não estão resolvidos. Neste período de crise a unidade é importante, por isso não devemos queimar as pontes entre os socialistas que queiram fazer a luta acreditando que em certo lugar temos uma esquerda pura, lá na frente podemos precisar deles para o enfrentamento.

Assista um trecho do vídeo e tire suas conclusões.

domingo, 25 de setembro de 2011

#Fórum reúne jornalistas e blogueiros para analisar a ética na comunicação

Victor Zacharias

Ontem na Casa Fora do Eixo, que fica no Cambuci aqui em São Paulo, a revista Fórum nascida no Fórum Social Mundial, comemorou seus 10 anos fazendo durante 10 horas várias discussões sobre temas importantes e não abordados na chamada grande imprensa conservadora comercial, e fez pela primeira vez uma festa debate com transmissão on line.

Durante todo o período compareceram jornalistas, artistas, músicos, autoridades, políticos e a turma dos BlogProg, os Blogueiros Progressistas, alguns estão na foto ao lado. Todos dos debates estão na TV da Casa Fora do Eixo.

Selecionei, dentre estas 10 horas, o debate que reuniu Renato Rovai que é editor da revista, Rodrigo Vianna, Luiz Nassif, Eduardo Guimarães, Azenha, Zé Dirceu e outras pessoas que analisaram, neste trecho, a questão da manipulação de informação pela mídia e contaram alguns "causos" que nem todos sabem.

Sobre o uso da internet, Rodrigo Viana lembrou que estas ferramentas são usadas também pela direita, mas para a criação de boatos. Para incentivar mobilização ainda contam com apoio da mídia que promove as tais "causas" nas redes sociais, com a inteção de criar a impressão de que é um movimento legítimo, nascido das bases populares, e não criado pelos tucanos para fazer oposição ao governo. O último exemplo foi a tal "marcha contra a corrupção", denunciada pelos blogues, que com provas, mostram como foi feita a construção desta comunicação evidenciando a clara gerência dos partidos políticos da direita. Rodrigo completou dizendo que hoje está sendo feito um esforço para criar um site colaborativo de notícias da cidade de São Paulo, uma nova fonte de informação que tenha compromisso com a ética.

Rovai e Eduardo Guimarães elogiaram o texto feito pelo Nassif que mostrou a situação dos jornalistas que são criados com lobos. Leia o texto clicando aqui.

Nassif comentou a questão jurídica na qual a imprensa e os advogados das grandes editoras influem fortemente nas decisões. Ele contou alguns exemplos dos processos feitos por ele contra a Editora Abril, os custos são enormes, demoram anos, e não saem do lugar.

Zé Dirceu, hoje blogueiro há 5 anos, comentou sobre o crime do jornalista da editora Veja contra ele, que tentou invadir seu quarto, em um hotel na cidade de Brasília, e quando interrogado pela polícia confessou a tentativa de invasão. Zé Dirceu reafirmou: "Ele é réu confesso".

Sobre a regulação de mídia, Zé Dirceu, disse que a regulação da mídia não depende da Presidenta da República, "A expectativa é que ela apresente o projeto que o Franklyn Martins entregou para o Lula, mas vamos supor que ela não apresente, porque ela é Presidenta da República, ela governa o Brasil, nos governamos nós mesmos e cada partido se auto governa. Nós podemos apresentar como sociedade, o PT como partido." Não é verdade que ela não quer a regulação, finalizou Zé Dirceu. Rovai completou que o Ministro Paulo Bernardo, segundo o deputado Paulo Teixeira, que estava presente, teria dito que até o final do ano o projeto será encaminhado.

Rovai, editor da Fórum, destacou que no dia 26 de outubro será feita a audiência do caso do site Falha de São Paulo, no Congresso, que foi censurado judicialmente pela Folha de São Paulo, "este será um momento histórico". Ele entende que os blogues deveriam dar atenção a este fato.
Assista o vídeo desta parte e os outros também.


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segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Movimentos contra a corrupção da mídia e pela democratização dos meios de comunicação vão às ruas

Victor Zacharias

No dia 17 de setembro, pela primeira vez, vários grupos pró democracia na mídia foram à rua para protestar contra a chamada grande mídia comercial e conservadora, pois ela tem se mostrado, há muito tempo, tendenciosa e se transformando em um verdadeiro partido político divulgando de suas preferências ideológicas, até ganhou um apelido nacional: PIG - Partido da Imprensa Golpista.

Este primeiro ato foi chamado pelas redes sociais através do MSM, Movimento dos Sem Mídia, uma organização social sem fins lucrativos criada pelo Eduardo Guimarães, também autor do Blog Cidadania, por ele tem mostrado sua indignação contra a falta de liberdade de expressão e o excesso de liberdade de imprensa.

Outras entidades como a Frentex - Frente Paulista pelo Direito à Comunicação e a Liberdade de Expressão e o MAV - Militantes de Ambientes Virtuais estiveram presentes.

O ato foi anunciado como apartidário, muito embora algumas falas tivessem caráter partidário, porém num evento que a liberdade de expressão foi defendida não cabia censurar nada, desde que fosse adequado ao tema proposto.

A presença de militantes que lutam pelo tema da democracia na mídia foi de mais de 100 pessoas, que ficaram por quase 4 horas mostrando suas faixas e distribuindo folhetos que explicavam o ato e as causas que defendiam.

De acordo com Antonio Donizete da Costa, um dos organizadores da manifestação, o movimento lançou também uma campanha nacional de apoio à democratização e regulamentação dos meios de comunicação. “Aqueles que quiserem apoiar a campanha poderão se manifestar por meio de um abaixo-assinado que ficará disponível no Blog da Cidadania”, disse Donizete. O documento será encaminhado para a Frente Parlamentar pela Democratização da Comunicação, da Câmara Federal.

O Movimento dos Sem Mídia reivindica ainda a descriminalização dos movimentos sociais. “A mídia trata muito a questão de movimentos sociais como se fosse caso de polícia e quem fazia isso era a ditadura militar. Hoje estamos em um regime de pleno Estado de Direito e democrático. Essa postura da mídia também é nociva para a sociedade”, declarou.

A jornalista Bia Barbosa convocou a todos para que participem de uma consulta pública que construirá o documento para ser levado ao Ministro das Comunicações Paulo Bernardo, em Brasília, no dia 17 de outubro, Dia de Luta pela Democratização da Comunicação, e assim pressionar o governo a promover a regulação da mídia, cujo primeiro passo é encaminhar ao Congresso o Marco Regulatório da Mídia. Na página da internet cada um poderá fazer suas considerações e observações em cada um dos 20 temas principais, o endereço para sua participação é: www.comunicacaodemocratica.org.br.
O prazo para o término da consulta é até o dia 7 de outubro.
Assista ao vídeo da fala da Bia Barbosa.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Ser de esquerda é exigir o impossível - José Arbex

Victor Zacharias

No dia 30 de agosto a Caros Amigos promoveu na PUC em São Paulo o debate: Sobre a esquerda no Brasil. Entre os vários palestrantes, José Arbex, jornalista, escritor e editor especial da revista foi o primeiro a colocar o seu ponto de vista.
Ele inicou passando por pontos importantes desta história que dá significados diferentes a esquerda durante o tempo. A esquerda européia foi tolerante e aceitou participar do chamado "estado de bem estar social". A frase emblemática de Margarete Tatcher: Não há sociedades, o que existe são indivíduos", deu início a uma a nova fase do capitalismo que não tem nada a ver com o "estado de bem estar social". O Brasil também teve a Margarete, ela se chama Fernando Henrique.
Este novo tempo tem significado guerra, destruição para o planeta terra e para a gente que luta para viver nele. Neste ano o número de 1 bilhão de famélicos foi atingido e, para a surpresa de alguns, não é por falta de alimentos, pois dividindo a produção alimentar pela população do mundo cada um tem 2.750 calorias por dia. Essa fome vem do capital, do agronegócio, e quem é a favor do agronegócio não e de esquerda. "Todo aquele que é comprometido com o capital não pode ser de esquerda", diz Arbex.
Correlação de forças
As mudanças necessárias não podem ser feitas, diz o governo, pois a tal correlação de forças impede, mas isso é falso. No limite, o que daria para entender de uma esquerda comprometida, seria a necessidade de educar quadros e fazer uma resistência cotidiana, mas nunca se submeter ao capital.
As revoltas no Oriente Médio não olharam para a "correlação de forças" e nem os estudantes do Chile, porque eles não fizeram uma estratégia, somente expressaram sua humanidade, se fossem olhar a "correlação de forças" não teriam feito nada.
Arbex diz, "A definição de esquerda é exigir o impossível"
No momento que a esquerda parar de exigir o impossível ela vai ficar olhando o mundo como lhe parece, e o mundo como lhe parece hoje é o da barbárie. Exigir o possível é se conformar com a barbárie. E quando a esquerda faz isso, vira um bando de oportunistas.
Partidos
Segundo Arbex, as questões da esquerda vieram para o Brasil tardiamente e com a visão de Lenin, que tinha construído uma teoria chamada "consciência externa". A consciência trazida de fora, o partido formado por quadros que seriam consciência da classe. Já Marx, extremamente prático, dizia que não é a consciência que determina o ser, mas o ser social que condiciona a consciência, e nunca é desvinculada de uma prática.
Nos dias de hoje, isso leva a crer que os partidos não podem ter sua vida política a partir de quadros com uma verdade histórica, a esquerda tem que fazer parte dos destinos do povo, completa Arbex, "não sou espontaneísta, mas contra quadros auto eloquentes e auto legitimador, aquele que dá para si próprio o papel de farol da história...".
Assista o vídeo e conheça o pensamento completo do Arbex sobre a esquerda.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A bela Camila, líder estudantil chilena, mostra suas idéias sobre educação

Victor Zacharias

A luta dos estudantes chilenos para uma educação pública de qualidade encontrou em seu atual presidente, um grande empresário, a falta de diálogo e uma grande repressão policial. O governo insiste em manter a educação nas mãos do sistema privado, que pela lógica do mercado e da característica do sistema neoliberal, só terá vagas para quem pagar e muito.
Nessa luta, apareceu uma estudante chamada Camila Vallejo Dowling que chama atenção pela sua beleza e também por sua postura em defesa da educação popular de qualidade no Chile. Como todos que contrariam o mercado, ela também foi ameaçada de morte e nesta semana estará em Brasília, na quarta-feira,31, para apoiar a UNE nas manifestações junto ao Banco Central pela queda dos juros.

Para conhecer um pouco do que ela pensa, leia o que ela respondeu pelo seu blog, ao colunista de um jornal popular de direita, um advogado, de sobrenome Eichholz, conservador e reconhecido expoente do neoliberalismo chileno, membro da congregação Legionários de Cristo. Ele  perguntou a Camila até onde este movimento estudantil chegaria, pois já passou dos limites.

Por causa do povo, Eichholz

Camila Vallejo
Se há algo que reconhecemos na política é que você não pode esperar posições homogêneas, nem estáticas dentro do grupo de pessoas que o compõem, a menos que seja para ficar no meramente superficial e não questionar a origem dos problemas está empenhada em resolver.

Ao tentar demonizar os movimentos sociais quando adquirem abordagens políticas ou quando são mais radicais, significa que além de não entender nada sobre os movimentos sociais, quer impor uma posição ideológica, o sindicalismo, a uma maioria pensante e ativa. É, em última análise uma perda de tempo o Sr. Eichholz.

As pessoas não são idiotas o suficiente como você tende a pensar, ou muito fáceis de serem manuseadas pela mídia.
As pessoas vêem a série de ações desesperadas e declarações de alguns funcionários do estado e intelectuais do governo, nota-se que há muito medo de enfrentar esse conflito de forma transparente. Se percebe que eles estão com medo porque as questões que são, até hoje, "tabu" estão colocados no debate nacional, pois esse movimento tem superado as limitações do sindicalismo e tornou-se um espírito real e transformador de consciências. Hoje não têm como continuar a sustentando nem com argumentos, nem com evidências uma experiência do modelo neoliberal que nos últimos 30 anos tem demonstrado o seu fracasso total no campo educacional, para dizer o mínimo, e não me diga que a "massificação" do ensino superior é demonstração fiel que fizeram o caminho certo, seria absolutamente míope de sua parte.

Deixe-me dizer o Sr. Eichholz, para que se informe um pouco melhor, esse movimento não tem estado apenas disposto a conversar, mas pediu um verdadeiro diálogo com o ministério. O problema é que não há nenhum diálogo verdadeiro, a colocação do interlocutor é criticada porque há questões que não se querem abordar, as intenções não são transparentes, ou o diálogo tem postura unilateral de quem se recusa a desistir de seus interesses para atender as necessidades e demandas da maioria. Faz tempo que o diálogo pelo o diálogo não convence mais, já deixamos de ser ingênuos.

Agora você pergunta quem está certo ou o qual é a posição da maioria. Bem, essa frase parece ter eriçado os cabelos "avançar para um modelo de educação pública, gratuita e de qualidade", não só é possível, porque em nosso país foi possível tendo um estado significativamente menos rico do que o atual, ou porque agora temos riqueza suficiente (apenas mal distribuída ou doadas a multinacionais estrangeiras), ou porque outros países têm mostrado que é possível ter percentual igual ou maior de matrículas das que existem no Chile. Este objetivo básico é consistente, é o único que entende a educação como um direito e não como uma mercadoria (o conhecimento como valor de troca), é o único que entende que - em termos economistas - o "rendimento educacional" não surge de sistema educacional, mas fora dele e, portanto, tentando capturá-lo com as tarifas ou crédito é um imposto sobre uma base de tributação que não existe.

O "rendimento educacional" no qual se apoiam tanto os economistas neoliberais para defender o pagamento de mensalidades na educação, não está no período de formação, mas está incorporado de várias formas, do qual o beneficiário principal não é o trabalhador qualificado por meio de seus salários, mas a sociedade como um todo, expressa em aumento da produção de bens e serviços de empresas onde a mão de obra qualificada, o progresso técnico e científico, como resultado destas transferências de tecnologia e serviços especializados realizadas por universidades (que é pago ou pago bem abaixo do seu valor real), o aumento da produtividade material, nível social e cultural mais elevado para o sistema como um todo, entre outras coisas, porque gera externalidades positivas educação, e são imensuráveis.

Em suma, o rendimento educacional é gerado "fora" do sistema de educação, não é direito captar do aluno. No entanto, é lógico que a educação não pode ser livre, porque alguém tem que pagar, mas sob a razão dada, deveria ser pago por meio de impostos gerais e específicas a serem cobrados. O Estado deve captar através dos aumentos de produtividade e dos rendimentos auferidos principalmente empresas de grande porte, ou seja, através de impostos progressivos, que são transferidos para as instituições públicas através do orçamento nacional. Só desta forma contribuirá para o sistema de educação que se beneficia dele.

E, finalmente, não há melhor evidência para determinar a posição da maioria que o apoio constante dos cidadãos e do retorno de apoio para o ministro, se existem dúvidas que seja feito um plebiscito.
(tradução livre)

Clique aqui, leia o original e conheça o blog da Camilia Vallejo Downling

sábado, 27 de agosto de 2011

Kassab revolta os metaleiros em show da banda Matanza

Victor Zacharias

No Clube de Regatas Tietê em São Paulo em uma data bem apropriada, 13 de agosto, aconteceu o show do Matanza, e os metaleiros compareceram em massa.
Matanza é uma banda de rock and roll do Rio de Janeiro. Ela começou em 1996 e sua música é uma mistura de hardcore punk, country e heavy metal, formando assim, o gênero que a mídia intitulou de "countrycore".
Antes da atração principal entrar no palco, várias bandas tocaram para animar a moçada, em sua grande maioria vestida de preto, muitos tatuados e com piercings, que dançava quase sem parar.
Banda Cáustica - Minas Gerais
Um pouco depois da Banda Cáustica, a única banda que se apresentou formada somente por mulheres e que veio de Minas Gerais, entrava o grupo do Matanza causando delírio na platéia.
A primeira música começa assim: Era pra frear e eu acelerei, e a platéia cantou em uníssono esta e todas as outras letras, o envoltimento e a concetração eram totais, acompanhavam os gestos do líder da banda, Jimmy London, (brasileiro nascido no Rio de Janeiro em 1975).
Após este início catártico, o Jimmy faz um protesto contra o fechamento do Kazebre, local tradicional de shows de rock que fica na Av. Aricanduva, 1200, no bairro de São Mateus em São Paulo, pela prefeitura. O Kazebre é uma casa popular, isto é, têm preços acessíveis para a maioria da população, é ponto conhecido de shows dos grupos alternativos, que tem pouco espaço para se apresentar na cidade de São Paulo. E todos irritados com esta ação da prefeitura aderiram ao protesto mandando o Kassab para aquele lugar: " Ei, Kassab vai..."
Assista no vídeo um trecho deste protesto:



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Dilma envia o Marco Civil da Internet para a Câmara

Victor Zacharias

Hoje está sendo discutida em Brasília a lei apelidade de AI 5 Digital em um seminário chamado: Ciência e Tecnologia, Comunicação e Internet.
O seminário foi pedido para que o tema fosse mais discutido com a sociedade, pois nele existem vários pontos que a comunidade que defende a liberdade de expressão não concorda. Este PL 84 criminaliza várias atitudes que hoje todos nós fazemos, como baixar arquivos e publicar textos em blog, etc. Ela também exige que os dados dos internautas sejam guardados para sofrer uma auditoria, mas não especifica que tipo de critério será usado para esta avaliação e pressupõe que todos os usuários são criminosos e não ao contrário.
O projeto de lei apresenta uma fragilidade técnica e normativa e graves imprecisões, consequentemente traz insegurança jurídica.
Durante o seminário foi anunciado, pela agilidade da rede, que o deputado Paulo Teixeira tinha postado a notícia que vinha do Palácio do Planalto dizendo que a presidenta Dilma acabava de assinar o Marco Civil da Internet e ele estava sendo enviado à Câmara dos Deputados.
Isso causou um alívio a todos que perceberam o perigo que seria aprovar o PL 84 ou o AI 5 digital.
Quem ainda não leu poderá fazê-lo clicando em Marco Civil. A construção desta lei foi efetuada depois de ampla consulta à sociedade civil e pressupõe direitos e deveres dos usuários da rede com a diretriz dos direitos humanos. No Marco Civil há artigos que combatem os abusos na internert, porém respeitam os direitos dos usuários.
Agora a lei do chamado AI 5 digital terá um encaminhamento diferenciado e deverá estar de acordo com o Marco Civil.
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