sábado, 4 de janeiro de 2014

Armadilha lulista - André Singer

Uma leitura atenta das respostas que o economista Luiz Gonzaga Belluzzo forneceu a Eleonora de Lucena na entrevista publicada no último domingo pela Folha, (reproduzida na íntegra abaixo desse texto do André), permite perceber, sobretudo na versão integral (disponível na internet), de maneira cristalina o impasse brasileiro contemporâneo. Se feitas as devidas pontes entre o quadro econômico ali analisado e a situação política, tem-se um retrato agudo do momento atual.

O professor da Unicamp mostra que o governo Dilma foi atingido em cheio pela segunda etapa da crise capitalista. Enquanto Lula viu-se beneficiado pelas "benesses do ciclo de commodities", a presidente pegou uma longa fase de depressão da economia mundial.

Para sustentar o dinamismo do Brasil em um contexto de desaceleração global seria necessário ter uma indústria forte. Mas, para tanto, o país precisava ter desvalorizado bastante o real, como já vinha alertando há alguns anos o ex-ministro Bresser-Pereira.

A presidente teve a coragem de enveredar na direção necessária, realizando significativa redução da taxa de juros contra o desejo do mercado financeiro. Ao diminuir o ganho rentista, reduz-se a atratividade do Brasil como plataforma de valorização do capital especulativo internacional e, dessa forma, ajuda-se a controlar o sobrepreço da moeda.

Ato contínuo, a equipe econômica e o Banco Central, orientados por Dilma, provocaram uma mididesvalorização do real, além de reforçar as medidas voltadas para restringir a liberdade de entrada e saída dos especuladores. Em outras palavras, mesmo que, como aponta Bresser-Pereira, não tenham sido na proporção devida, foram dados passos ousados para romper as amarras que impediam o Brasil de retomar o crescimento.

De repente, no final de 2012, começa a haver uma reversão. O BC anuncia que voltará a aumentar os juros. O que houve? O governo sentiu que não tinha força para prosseguir no caminho iniciado. Ao contrário de investir, os empresários se afastaram de Dilma, por considerá-la intervencionista. O eleitorado lulista, por sua vez, "é o pessoal mais desinformado sobre as razões dos problemas, que foi submetido a um processo de obscurecimento durante séculos", diz Belluzzo.

Resultado: em lugar de 2013 ser o ano da retomada que Dilma deve ter planejado, foi caracterizado pela reversão sistemática do que fora plantado no período precedente. A armadilha está em que, como o lulismo não é mobilizador, não pode politizar as questões de fundo, autoimpedindo-se de construir uma base social suficiente para sustentar a ruptura necessária. De onde, então, virá a energia capaz de quebrar as 11 varas da camisa que, segundo Belluzzo, paralisa a nação?

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Feliz Ano Novo ! O que isso pode significar?

O professor Aldo Fornazieri, diretor acadêmico da FESPSP - Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo garimpou para esse final de ano várias reflexões feitas nas mais variadas épocas por pensadores, poetas, etc, sobre a tal felicidade.
Diz ele, como sequer sabemos o que é a Felicidade, escolhi 31 afirmações para refletir sobre o assunto. As últimas são sarcasticamente ótimas.

1) Epicteto: Não busque a felicidade fora, mas sim dentro de você, caso contrário nunca a encontrará.
2) Albert Einstein: “Jamais considerei o prazer e a felicidade como um fim em si e deixo este tipo de
satisfação aos indivíduos reduzidos a instintos de grupo”.
3) Montesquieu: “Se quiséssemos ser apenas felizes, isso não seria difícil. Mas como queremos ficar mais felizes do que os outros, é difícil, porque achamos os outros mais felizes do que realmente são”.
4) Plutarco: “Uma alegria tumultuosa anuncia uma felicidade medíocre e breve”.
5) Marcel Proust: “A felicidade é salutar para o corpo, mas só a dor robustece o espírito”.
6) Epicuro: “O prazer não é um mal em si; mas certos prazeres trazem mais dor do que felicidade”.
7) Emmanuel Kant: “A felicidade não é um ideal da razão mas sim da imaginação”.
Stuart Mill: “Aprendi a procurar a felicidade limitando os desejos, em vez de tentar satisfazê-los”.
9) Aristóteles: “A felicidade consiste em ações perfeitamente conformes à virtude, e entendemos por virtude não a virtude relativa, mas a virtude absoluta. Entendemos por virtude relativa a que diz respeito às coisas necessárias e por virtude absoluta a que tem por finalidade a beleza e a honestidade”.
10) Lao-Tsé: “A felicidade nasce da infelicidade; a infelicidade está escondida no seio da felicidade”.
11) Epicteto: “A felicidade não consiste em adquirir nem em gozar, mas sim em nada desejar, consiste em ser livre”.
12) François La Rochefoucauld: “Nunca somos tão infelizes como supomos, nem tão felizes como havíamos esperado”.
13) Marguerite Yourcenar: “A felicidade é provavelmente uma infelicidade que se suporta melhor”.
14) Hermann Hesse: “O homem é um ser ansioso pela felicidade; no entanto, não a suporta por muito tempo”.
15) Sêneca: “Toda a felicidade é incerta e instável”.
16) Aristóteles: “A felicidade é para quem se basta a si próprio”.
17) William Shakespeare: “O silêncio é o mais perfeito arauto da felicidade. Eu estaria pouco feliz se pudesse dizer o quanto”.
18) Mahatma Gandhi: “A felicidade não está em viver, mas em saber viver. Não vive mais o que mais vive, mas o que melhor vive”.
19) Ernest Hemingway: “A felicidade em pessoas inteligentes, é das coisas mais raras que conheço”.
20) Carl Jung: “A felicidade perderia seu significado se ela não fosse equilibrada pela tristeza”.
21) Lao-Tsé: “Não procure a felicidade tão avidamente, e não tenha medo da infelicidade”.
22) Aldous Huxley: “A felicidade nunca é grandiosa”.
23) Mario Quintana: “A felicidade bestializa, só o sofrimento humaniza as pessoas”.
24) Clarice Lispector: “O tédio é de uma felicidade primária demais! E é por isso que me é intolerável o paraíso”.
25) Santo Agostinho: “Não andes averiguando quanto tens, mas o que tu és.
A verdadeira felicidade não consiste em ter muito, mas em contentar-se com pouco”.
26) Cecília Meireles: “Felicidade, és coisa estranha e dolorosa:
Fizeste para sempre a vida ficar triste:
Porque um dia se vê que as horas todas passam,
e um tempo despovoado e profundo, persiste”.
27) Voltaire: “Os homens que procuram a felicidade são como os embriagados que não conseguem encontrar a própria casa, apesar de saberem que a têm."
28) Sigmund Freud: "Existe duas maneiras de ser feliz nesta vida, uma é fazer-se de idiota e a outra sê-lo."
29) Nietzsche: "A essência da felicidade é não ter medo."
30) Gustave Flaubert: Ser estúpido, egoísta e ter boa saúde, eis as condições ideais para se ser feliz. Mas se a primeira vos falta, tudo está perdido.
31) Sólon: “Só depois de morto se pode dizer se um ser humano foi feliz”

Se você tem a sua reflexão e quer compartilhar, coloque nos comentários.
Feliz Ano Novo, seja lá o que isso signifique para você.
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