sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Escrivã nua provoca declaração da Ministra da Secretaria de Direitos Humanos

Victor Zacharias

O fato aconteceu em 2009, e o vídeo que foi gravado pela Corregedoria da Polícia acabou caindo no Youtube provocando uma imensa discussão sobre a falta de preparo e formação dos policiais paulistas.
Responsabilizada por um investigador de receber propina de um acusado, a escrivã, chamada de Vanessa no vídeo, é despida a força mesmo sob seus protestos e gritos. Ela não tinha se recusado a ser revistada, mas pediu para que isso acontecesse somente na presença de policiais femininas e sem a filmagem. O investigador não deu ouvidos ao seu pedido, algemou Vanessa e a despiu. Em sua calcinha foi encontrado o valor da R$200,00 da propina.
A operação demonstrou a inépcia da polícia quanto aos procedimentos, pois não observou a lei, os direitos das pessoas, e por outro lado a corrupção dentro da delegacia.
Fica também a pergunta: Se o suspeito fosse um homem o procedimento do investigador seria o mesmo?
A Ministra-Chefe da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, Maria do Rosário Nunes, se pronunciou, cobrando uma atitude do Governo de São Paulo, pela seguinte nota:

"NOTA PÚBLICA: Violência contra policial feminina em São Paulo
Diante das imagens veiculadas pela imprensa, que mostram uma policial mulher sendo despida à força por policiais homens, no estado de São Paulo, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República vem a público manifestar o seguinte:
1 – As imagens divulgadas demonstram uma grave violação de Direitos Humanos. É inaceitável que num Estado democrático de direito, agentes públicos protagonizem cenas bárbaras como as referidas. Essa situação deve ser repudiada por todos aqueles que defendem a dignidade humana e acreditam que a segurança pública deve estar comprometida com a lei e com os princípios de Direitos Humanos.
2 – A situação mostra que o Estado brasileiro ainda tem um longo caminho a percorrer. Ao governo federal cabe aprofundar a política nacional em curso que, em parceria com os estados e municípios, visa formar policiais para uma atuação voltada à proteção e à cidadania. Somente estreitando os laços positivos entre a população e as forças de segurança, poderemos enfrentar a violência.
3 – O Governo do Estado de São Paulo cumpre seu papel ao afastar dois dos policiais envolvidos no fato. No entanto, é preciso que os demais policiais que participaram da agressão também sejam responsabilizados. Somente uma atitude célere e firme poderá assegurar à sociedade que a impunidade não prevalecerá.
4 – A Secretaria de Direitos Humanos acompanhará os desdobramentos e sempre condenará atitudes que violem os direitos fundamentais, onde quer que ocorram."

O vídeo é forte.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Via Campesina apóia as propostas da Assembléia dos Movimentos Sociais em Dacar

Victor Zacharias

Entrevistamos a Josie no aeroporto enquanto esperava a chegada de seu marido em Dacar para o Fórum Social Mundial. Ela é representante da Via Campenisa, movimento que têm no mundo todo várias frentes de luta, tanto contra as sementes bio modificadas feitas pelas transnacionais que têm enormes lucros, e que compromentem a soberania alimentar dos povos destruindo a bio diversidade, quanto na questão dos governos que transformam o caos climático em produtos de mercado "commodities" como a venda de florestas para justificar as grandes poluições das indústrias e o objetivo é o mesmo gerar mais lucros para o agronegócio. A Via Campesina e seus bilhões de camponeses em todo mundo tem feito este protesto, e apoiado e marchado pelas ruas para alertar e cobrar as autoridades governamentais e empresarias exigindo atitudes em favor da natureza e dos povos de todo o mundo.
Assembléia dos Movimentos Sociais
A Via Campesina, entre outras entidades, endossou a declaração final da Assembléia do Movimentos Sociais feita no Fórum Social Mundial em Dacar que mostrou a dominação do capital dissimulada pelo ilusório progresso econômico e estabilidade política, este com certeza é o maior desafio a ser vencido.
No continente africano é evidente a necessidade de descolonização de todos os povos oprimidos e o estabelecimento do seu direito à autodeterminação.
A luta contra o patriarcado, o capitalismo, o racismo e todas as formas de discriminação é uma luta comum para todos que lutam pela justiça e direitos humanos. Quando o G8 eo G20 realizar as suas reuniões, vamos mobilizar todo o mundo para lhes dizer: Não! Não somos mercadorias! Não serão negociados!
Contra toda a violência que é utilizada contra as mulheres
Riffaud reafirma o ponto sobre as mulheres incluído na Declaração: Nós lutamos contra a violência contra as mulheres, muitas vezes desenvolvidas em territórios ocupados militarmente, mas também a violência que afeta as mulheres que são criminalizadas por terem participado nas lutas sociais. Nós lutamos contra a violência doméstica e sexual perpetrada sobre as mulheres, pois são considerados objetos ou bens, porque a soberania de seus corpos e mentes não é reconhecido. Lutamos contra o tráfico de mulheres, meninas e meninos. Apelamos a todos para a mobilização em conjunto, em todo o mundo, contra a violência contra as mulheres. Defendemos a diversidade sexual, o direito à auto-determinação de gênero e somos contra todos a homofobia e a violência sexista.
Propostas de ação
O documento finaliza apontando a direção: O Dia de Ação Global contra o Capitalismo será em 12 de outubro, quando se expressará de inúmeras formas nossa rejeição a um sistema que está destruindo tudo em seu caminho. Os movimentos sociais do mundo avançarão para uma união global com o obejtivo destruir o sistema capitalista. (fonte da Declaração - Via Campesina)
Segue o vídeo que está em francês, em breve será traduzido pelos tradutores voluntários.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Lula, craque da política, homenageia Ronaldo, craque do tubebol

Victor Zacharias

Foi neste sábado que o ex presidente Lula, ainda muito atuante politicamente, torcedor do Corinthians e conhecido em todo mundo, fez sua homenagem ao Ronaldo, que deixou de ser jogador profissional, mas com certeza, como o presidente Lula, continuará famoso no mundo, no caso do Ronaldo pelo seu talento com a bola, e um pouco por alguns escândalos divulgados pela mídia.
Ser celebridade é um vício e o "Fenômeno" terá que aprender a viver sem a badalação que estava acostumado ou seja desencarnar do cargo, porém enquanto ele tiver este grande poder de atração, não deixará de ser convidado pela mídia para comentar alguns jogos e assim manterá, de certa maneira, muitos tietes fiéis.
Durante o evento, Lula vestiu a camisa com os dizeres: “Ronaldo eternamente em nossos corações”, que lembra um trecho do hino corintiano.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Marrocos marcha em protesto contra a divisão do país e denuncia a Algéria pelas prisões.

Victor Zacharias

Prisões de civis marroquinos por algerianos levantam a questão da divisão de países por interesses econômicos pelos tradicionais colonizadores.

Durante o Fórum Social Mundial foram feitas muitas passeatas de protesto e essa foi a dos marroquinos que estavam indignados pela prisão de muitos de seus civis, não participantes da política, pela polícia da Algéria.
Com uma grande faixa denunciando essas atrocidades e adesivos em formato de X em suas bocas, caminharam exercendo o direito da liberdade de expressão. Os prisioneiros escreveram livros auto biográficos que contam a história de cada um na prisão e o motivo que fez com que ficassem de 23 a 30 anos presos.
No meio de sua declaração o marroquino foi inquerido por uma mulher que disse ter visto as ameaças deles contra as mulheres saharauís. Em resposta o ativista do Marrocos pediu para que a mulher investigasse mais sobre o assunto lendo as auto biografias e completou dizendo que há interesses econômicos das grandes potências em dividir países para lucrar com isso.
No caso do Marrocos, se houver a independência do Sahara Ocidental o caminho para o mar estará garantido para a Algéria que é aliada da Espanha a qual parece financiar os movimentos dos saharauís para a divisão do país.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Queda de Mubarak logo após a manifestação em frente à embaixada do Egito em Dacar.

Victor Zacharias

O Fórum Social Mundial é um dos melhores lugares para que os movimentos sociais falem de suas lutas e aconteceu, no último dia, uma manifestação pacífica em frente à embaixada do Egito contra o seu ditador Mubarak. No meio de muitos militantes e jornalistas estavam as tradicionais faixas improvisadas, feitas em pano ou papel e pintadas de última hora. Os manifestantes, com um megafone e um banquinho começavam o ato. Quem queria subia e se equilibrava naquele modesto palanque, fazia o seu discurso em francês ou em árabe. Como liberdade é um tema precioso aproveitavam o momento e pediam também para a África e todo mundo. Muitos, para aumentar o ânimo e a repercussõa, gritavam palavras de ordem, que eram respetidas por todos, assim seria impossível não serem ouvidas dentro da embaixada. Apesar do barulho, a segurança presente não fez nenhuma repressão.
Encerramento do FSM
Depois da manifestação era o momento de assistir o final do FSM no palaque erguido na entrada principal da universidade Anta Diop. Foi quando, no meio daquela multidão que comemorava o final do evento, uma jovem ativista egípcia, ansiosa para saber novidades atualizadas de seu país, finalmente recebeu, por telefone, a notícia esperada da queda do ditador. Não daria para explicar a alegria que ela sentiu, mas no vídeo você poderá ver a sua felicidade e dos seus compatriotas.
Um novo tempo será possivel para o Egito e essa mudança foi feita pelo seu povo que incomodado com a sua péssima situação resolveu ir às ruas e exercer o seu poder de soberania, afinal o povo tem o poder, só é preciso que saiba como exercê-lo, Egito e Tunísia souberam.
Fica mais uma lição para os governantes de todo o mundo.
Muitos acham que tudo isso começou na Tunísia e que foi propagado com as novas tecnologias de comunicação, por isso não foi possível segurar a notícia dessa revolução popular como gostariam os ditadores, a comunicação logo a espalhou e encontrou um Egito preparado para iniciar a sua revolução democrática. Agora fica a pergunta: qual será o próximo país?

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Um novo mundo é inevitável diz ex-diretor da Unesco.

Victor Zacharias

Hoje de manhã foi realizada a oficina com o tema " Em direção a um novo modelo de governança" e Federico Mayor, ex-diretor da Unesco, falou sobre os poderes concentrados nas mãos de poucos do mundo privado. Ele exemplificou com a ONU que não representa o povo como está em sua carta de princípios, pois foi boicotada nos anos 80 pela ação dos países ricos que criaram o G 6, chegando hoje ao G 20; a economia desregulada que beneficia os bancos e os paraísos fiscais; a produção que deixou de ser local para ser feita em todo o mundo fragilizando o trabalhador, a energia e finalmente o poder da grande mídia que controla o que deve ou não ser publicado. Federico diz que devemos deixar de ser telespectadores passando a atores pelo uso da tecnologia da internet e dos celulares, este deve ser o novo começo para um outro mundo que é inevitável.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Evo Morales fala sobre os inimigos do povo, a concentração de riqueza e a pobreza.

Victor Zacharias

No dia a abertura do FSM é tradicional que seja feita uma marcha da qual todos os movimentos sociais participam e ao final há discursos dos dirigentes, neste caso os ativistas esperaram por Evo Morales, presidente da Bolívia, que discursou contando brevemente o que tem feito em seu país, quais os resultados econômicos e também que são os inimigos do povo.
Como tinha muita gente, para variar, tem umas tremidinhas, mas o discurso, em francês e espanhol, está intacto e vale a pena ouvir.

Música em árabe que anima a revolução da Tunísia

Victor Zacharias

Aqui em Dacar o Fórum continua a toda velocidade. Hoje de manhã um grupo de ativistas tunisianos fez uma grande oficina e ao final todos cantaram as músicas da revolução que sempre dava um novo alento para a população daquele país e mostrava que se o povo ficasse unido a derrubado do ditador seria, como foi, uma realidade.
A música está em árabe e não dá para entender, mas é muito bom ver as faces felizes cantanto sua liberdade. A pressa deixou alguns quadros negros ao final do vídeo, desculpe-me.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Ativistas de muitas nações fazem caravana pela livre circulação nas fronteiras e por justiça social.

Victor Zacharias

No dia 25 de janeiro começou oficialmente no Fórum Social Mundial a Caravana pela Liberdade de Circular e do Desenvolvimento Justo, que é organizada e dirigida pela "África-Europa-Interact-Net" de Bamako(capital de Mali).
Durante a marcha os ativistas gritavam pelo seu direito de ir e vir sem necessidade de licença
O grupo de " Sans Papiers" da França, reclamava das fronteiras fechadas aos que estão "sem documentos". Um militante mais exaltado dizia: - " a imigração é um direito. Circular livremente é um direito. Ficar onde você quer, é um direito. É inadimissível que uma nação como a França que declara ser democrata, declara viver sob o estado de direito, crie deportados e ilegais, os sem papéis. Ontem usaram os malinenses para fazer a primeira e a segunda Guerra Mundial, hoje usam os africanos. Eles precisam dos nossos recursos naturais, e hoje são os africanos que eles querem destruir. Isso é inaceitável".
Uma militante também protestou: - "Nós não queremos viver sob a escravidão do ocidente. Nós estamos cansados. Circular livremente é um direito. Nós reclamamos a nossa liberdade. Estamos cansados da escravidão. Eu insisto que esta mensagem chegue aos ocidentais. Nós estamos cansados !".
O último grupo que chegou foi os dos alemães, e depois dos protestos, durante a formção da Caravana pela Livre Circulação e Desenvolvimento Justo, aconteceu a primeira grande assembléia dos 230 ativistas do Mali, Congo, França, Espanha, Holanda, Alemanha, Aústria.
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