Victor Zacharias
Foi realizado hoje em São Paulo no Hotel Braston, das 9 às 13 h, pela Apeoesp, o Seminário Mídia e os Movimentos Sociais, para debater o tema estavam presentes os jornalistas: Conceição Leme (Blog do Azenha), Alípio Freire (Jornal Brasil de Fato), Carlos Lopes (editor do jornal Hora do Povo) e Renato Rovai (editor da Revista Fórum). Participaram ainda do debate representantes de entidades como a CNTE –Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação. Ação Educativa, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, Central Única dos Trabalhadores, Centro do Professorado Paulista, APASE – Sindicato dos Supervisores de Ensino e Udemo – Sindicato dos Diretores de Escolas do Estado de São Paulo, além de outros sindicatos como Jornalistas, Bancários e Metalúrgicos.
Na primeira parte do evento foi exibido um vídeo que mostrava a cobertura tendenciosa feita pela Rede Globo da última passeata dos professores na cidade de São Paulo. Ela destacava em suas matérias sempre o aspecto negativo, sem consultar todos os lados envolvidos e procurava estigmatizar a manifestação como sendo ilegal e ilegítima, pois era feita pela minoria da classe. E como a Rede Globo pauta jornais e outras emissoras, como sempre, essa mensagem uníssona era repetida em toda mídia de mercado gerando uma compreensão falsa do fato. Não há como se defender com a mesma força e nem mesmo colocar o ponto essencial da reivindicação para esclarecimento do público.
O que se nota é que grande parte dos editores tem o objetivo de carimbar nos movimentos sociais a marca de são feitos por baderneiros, logo ilegais, isso cria um ambiente para que os parlamentares sintam-se estimulados a criminalizar os movimentos sociais, o que seria bom para algumas empresas e governos autoritários que não tem o hábito de dialogar com o povo.
O poder da mídia é incontestável, sem diversidade e pluralidade nas informações difundidas, e com forte concentração, isto é, somente poucas empresas de comunicação que detém a liberdade de imprensa inibindo a liberdade de expressão. Este discurso único é fruto de algumas faltas fundamentais: a regulamentação para os artigos que dizem respeito à Comunicação Social expressos na Constituição Federal; o não cumprimento das poucas leis existentes; a deficiente fiscalização do Governo; o apoio às mídias que ousam se contrapor as de mercado.
Ao final do Seminário a presidente do Sindicato da Apeoesp, a professora Maria Isabel Azevedo Noronha, pela evidente importância do tema, propôs um movimento de adesão as mídias contra hegemônicas, a criação de um Fórum Permanente para a discussão da mídia, para isso realizará em todas as suas subsedes o exame desta questão para aprofundar os conhecimentos de toda a classe e impulsionará a OAB afim de que entre com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão no que ser refere aos artigos 220 e 223, que tratam dos oligopólios e monopólios das concessões públicas de radiodifusão, de acordo com solicitação feita pelo professor Fábio Comparato (assista no vídeo).
Um comentário:
É preciso controle popular sobre a mídia e para isso vejo como necessidade primeira tentar esclarecer ao público/povo que liberdade de imprensa NÃO É liberdade de expressão, nem a garante. Talvez esteja aí a tarefa primeira desse Fórum Permanente.
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