80% dos jornalistas admitem queda na qualidade do jornalismo.
Esta afirmaçào é feita pelos próprios jornalistas que foram entrevistados pela famosa agência de RP, Burson-Masteller, e 80% deles, jornalistas seniors de 27 paises das regiões da Europa, Oriente Médio e África, consideraram que a qualidade do jornalismo caiu e com certeza a audiência também foi afetada.
O primeiro motivo é o corte na quantidade de profissionais, depois na qualidade, pois quem perdeu o emprego foram os jornalistas mais experientes por custarem mais, outro fator é o crescimento das novas tecnologias digitais.
As restrições de pessoal acontecem em dois momentos, na terceirização, pois há uma grande limitação na contratação de "free lancers" e serviços de áudio visual, e também na reposição do quadro de profissionais, pois a escolha é feita entre os novos, menos experientes e mais baratos, logo a qualidade do que é produzido e o padrão de trabalho pioram.
Para quem ficou na empresa, diz a pesquisa, o volume de trabalho multiplicou, isto prejudica a investigação das histórias, a criatividade, a verificação e contato com as fontes.
Quase metade dos entrevistados (47%) diz há uma nova sobrecarga, pois hoje eles tem que fazer um trabalho que não existia: suprir a plataforma multimídia.
Aqui no Brasil isto também acontece, não só no jornalismo, mas nos meios de comunicação em geral, e quem fica prejudicado é o leitor que tem acesso a informações no estilo "fast food", isto é, sem a diversidade dos nutrientes apropriados a uma boa alimentação informacional.
Supondo que a influência da publicidade e da obsessão, imposta pelo sistema capitalista, de obter lucros, afetasse pouco no equilíbrio da informação, esta queda na qualidade do jornalismo segue a mesma tendência da verificada na alimentação, e aparece na saúde do pensamento do leitor, que fica mentalmente obeso, com muitas informações repetidas, desnecessárias, criando tendências únicas, acumulando grande volume porcarias em sua mente.
O conforto, a facilidade e o costume de acessar as mesmas fontes estabelecem esta dieta informacional pobre e viciante. É mais fácil ligar e ver o mesmo programa do que checar se a informação é correta ou se tem outras posições que não foram apresentadas.
Pensamento único em uma sociedade diversa, gera desigualdade, violência, preconceito, privilégios a uma minoria, gera uma sociedade doente.
Liberdade de imprensa
E estes veículos de comunicação chamam isso de liberdade de imprensa, acho que o melhor nome seria de empresa ou de indústria da mídia.
Liberdade de imprensa é limitada, não tem comparações com a liberdade de expressão e o direito à comunicação, estes sim, garantem a circulação da diversidade de idéias e a consequente saúde no pensamento de um povo.
Fonte da pesquisa: Meios&Publicidade
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