segunda-feira, 29 de março de 2010

Luta, substantivo feminino. Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura.

Daniela Custódio

No último dia 25 de março de 2010 foi realizada atividade de lançamento do livro Luta, substantivo feminino – Mulheres torturadas, desaparecidas e mortas na resistência à ditadura. O evento foi marcado pela presença de diversas pessoas que lutam pela garantia do acesso integral aos Direitos Humanos.
O livro traz depoimentos de mulheres que sofreram um dos maiores crimes que se pode cometer contra a humanidade, a tortura, mas viveram para contar sua historia de terror e denunciar seus ofensores estimulando a realização de novas lutas, como diz Maria Victoria Benevides na orelha do livro: "Há que conhecer a verdade para que a barbárie não se repita. Nem perdão, nem talião: justiça!"
As falas programadas trouxeram a experiência de vida dos convidados emocionando a todos os presentes. Um dos momentos mais emocionantes foi quando houve a chamada dos nomes das mulheres que prestaram depoimento para a composição do livro, levantando-se uma a uma e sendo aplaudidas pelos presentes, ao final todos estavam em pé com os olhos mareados. Foi lindo!
O evento ressaltou a importância da manutenção da luta pelo respeito aos direitos de todos indistintamente e o papel que a universidade já teve e tem nesta história recente do país.
Paulo Vannuchi da Secretaria Especial de Direitos Humanos lembrou que a proposta do livro não é revanchismo, mas um exercício de democracia, é uma proposta de educação em Direitos Humanos, respeito ao outro nos parâmetros da liberdade, igualdade, diversidade e solidariedade.
A mídia deve participar ativamente deste processo e todos devem estar atentos para o encaminhamento que será dado ao assunto pelo próximo governo.
Sobre o PNDH 3 é importante evidenciar que ele defende a liberdade de imprensa. existem três ou quatro pontos que serão modificados, mas não para serem eliminados, a essência da proposta será mantida.
Para Nilceia Freire da Secretaria Especial de Política para as Mulheres há um chamamento da mídia para a parceria, não há reconciliação nacional em torno da mentira e da fraude. Precisamos construir uma sociedade em que os Direitos Humanos sejam uma realidade.
O livro é um importante marco no resgate do papel da mulher no processo de reconquista das liberdades democráticas e da construção e reconstrução da democracia brasileira, as mulheres participaram ativamente do processo de luta nos anos de resistência a ditadura.
O lançamento deste livro foi a primeira atividade a que compareceram os representantes das Secretarias Especiais com o “status” Ministros, antes só usado por deferência, agora com valor jurídico face à Medida Provisória assinada pelo Presidente da República, o que visa assegurar a continuidade do trabalho que se realiza atualmente também nos próximos governos.

Um comentário:

Anônimo disse...

Pois é - Não há Direitos Humanos sem respeito aos Direitos das Mulheres e rever esta questão histórica é só com a conscientização de todos os segmentos da sociedade, e este livro vem fazer a sua parte no processo de não deixar esmorecer as vidas através da literatura.
A luta continua companheiras.
Abraços
Celina
skipe: celina.aparecida.simoes

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