sábado, 3 de dezembro de 2011

Especulação imobiliária, permitida por Kassab, é predatória e favorece enchentes.

Victor Zacharias

Na palestra Planejamento Urbano e Mudanças Climáticas, que foi feita em 1 de dezembro, a geógrafa e pesquisadora do IPT, Ros Mari Zenha, fez uma breve análise das consequências do estilo de vida do homem, principalmente o econômico, na natureza e na vida das cidades.

Ros Mari, iniciou dizendo que em breve sairemos da época geológica atual, o Pleistoceno, tempo no qual indicam os cientistas que os primeiros sinas do homo sapiens apareceram, para a Antropoceno a era da influência do homem.

O aeroporto de Congonhas quando foi construído ficava muito longe do centro da cidade, o mesmo se deu com outras áreas como o cemitério da Consoloção, etc. O planejamento de São Paulo, se é que existiu, foi pouco inteligente e não previu o crescimento da área urbana e nem respeitou a natureza. Toda esta falta de atenção, que perdura até agora, ocasionou grandes problemas com os quais vivemos hoje.

A despeito de existir uma degradação da natureza de caráter global, há também a local que tem prejudicado milhares de pessoas pela falta de planejamento e de fiscalização do governo municipal.

Os dados científicos mostram que de 1930 até 2010 a temperatura está gradativamente subindo e a humidade relativa do ar vem diminuindo, que deixam longe o tempo da São Paulo da garoa, 1954. O clima da cidade de São Paulo está ficando mais quente, menos úmido, acorrem mais tempestades com muito mais violência, os chamados eventos extremos, há menos garoa, ventos e mais poluição.

Ros Mari Zenha - Geógrafa e Pesquisadora do IPT
Isso vem acontecendo na nossa cara, por que não temos utilizado o conhecimento científico da natureza, ao nosso favor, para a ocupação do solo, diz Zenha: "nós temos um prefeito, é um poder que hoje, é nada a mais e nada a menos do que um instrumento da especulação imobiliária, predatória e pouco inteligente..."

Não é possivel que a população seja enganada com alguns conceito como o da cidade compacta, do emprego perto do local de moradia, Zenha enfatiza, "a gente sabe, por estudos técnicos, que isso é uma mentira, uma balela, uma ficção.", "vivemos no capitalismo que já saiu da época da vila operária, emprego perto da casa não existe".

Tudo isso serve para justificar o privilégio dado ao mercado imobiliário para o lucro rápido e fácil, "continuar fazendo de São Paulo um paliteiro", isso no fundo atende somente as classes de altas faixas de renda.

É preciso modificar as situações das condições de risco, são 407 áreas, mas é necessário tratar o população muito cuidado, observando todos os direitos humanos, continua Zenha, " o plano municipal de habitação, que aliás não é nenhuma novidade, se pergarmos o Estatuto das Cidades está mais do que dito que a prefeitura deveria estar fazendo o plano de transporte, plano de habitação, plano de mobilidade...um monte de plano, que não foi feito nada, agora que estão apresentando um plano de habitação..."

Zenha mostra uma reportagem como título: São Paulo vai se livrar das enchentes no mínimo em 2040, e completa " isso é uma verdade". Faz mais de dois anos que a sociedade civil organizada exige que o atual prefeito nos entregue um plano de macro drenagem, não dá para fazer remendos de córrego a córrego, porque é um sistema, são inúmeras bacias de drenagem, é preciso ter uma visão holística. Resolvendo ponto a ponto gasta-se muito dinheiro e o problema não é resolvido, explica este item a geógrafa, pesquisadora do IPT.

Assista este registro feito em vídeo de um trecho da palestra e tire suas conclusões.

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