Victor Zacharias
Depois das declarações do presidente Lula, em um comício em Campinas, sobre os monopólios da mídia e a parcialidade dos jornais, além da falta de regulação das comunicações, o Estadão, um tradicional jornal paulista ligado as elites e ao conservadorismo, sairá do armário e declarará o seu apoio ao PSDB.
Muito bem. No entanto o que precisa ser observado pelo TSE é o quanto este posicionamento será explícito para que os leitores entendam que os textos do jornal não terão isenção partidária, isto é, terão um lado, portanto tudo o que for publicado será tendendo a favorecer somente um partido e seus aliados.
Será um ganho e tanto. Na prática é como se um partido, nesta altura do campeonato, ganhasse um jornal com a 'credibilidade', penetração e circulação que o Estadão ganhou em todos estes anos. Será que isso é justo?
Ficam as perguntas: o que o grupo Estado de São Paulo ganhará com isso? Mais publicidade dos governos demo tucanos? Cargos no governo?
Que os jornalões eram tendenciosos era notório, quem acompanha um pouco de política já tinha percebido, mas foi preciso o presidente Lula falasse para que este jornal saísse do armário. Que coisa, hein? Lula dando aula de democracia e política para tanta gente muito bem escolarizada.
Quem serão os próximos?
Agora, lembro que isto não poderá acontecer com as emissoras de TV e de rádio, pois são concessões públicas e devem atuar com interesse público.
O que você acha disso?
(com coluna Ricardo Setti, da Veja)
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