terça-feira, 29 de maio de 2012

Regula, Dilma: militantes se mobilizam para pedir o marco regulatório da comunicação.

Victor Zacharias

Militantes pela democracia na mídia perceberam que o sucesso da campanha #vetadilma poderia ser aproveitado e depois de alguns conversas virtuais, criaram uma nova chamada #reguladilma com várias peças.

Os amigos virtuais do Grupo Mídia Democrática do Facebook, Leo Nogueira Pagonawta, Rafael Patto, Eduíno Vaz Ferreira Neto, Leila Farkas e eu, criamos esta campanha. Leo fez o primeiro layout e Leila sugeriu que fôssemos pedagógicos, a fim de divulgar os principais pontos do Marco Regulatório da Comunicação, com este mote que estava no vácuo do #vetadilma, as peças ganharam repercussão na rede social em pouco tempo.

A primeira peça que foi criada chamava atenção para o inconstitucional monopólio da mídia: § 5º - Os meios de comunicação social não podem, direta ou indiretamente, ser objeto de monopólio ou oligopólio. Rafael Patto desenvolveu o seguinte texto: "Seria possível afirmar que no Brasil os meios de comunicação falam por todos? Será que tão-somente meia dúzia de famílias pode representar toda a diversidade e pluralidade de uma sociedade composta de 200 milhões de pessoas? Hoje, no Brasil, o mercado das comunicações é dominado, na sua quase totalidade, por apenas seis famílias: Marinho (Organizações Globo), Civita (Grupo Abril), Frias (Grupo Folha/Uol), Mesquita (Grupo Estado), Macedo (Rede Record) e Abravane (SBT).
Não há maior atentado à expressão da pluralidade política, social e cultural brasileira do que a concentração dos meios de comunicação em um grupo tão restrito de empresários. Essa concentração produz efeitos devastadores para a democracia do nosso país porque é excludente (impede maior participação social), homogeneizante (dissolve a diversidade constitutiva da nossa sociedade), e silenciadora (considerando que essas seis famílias consigam comunicar os pensamentos, os sentimentos, as opiniões e os desejos de, vá lá, 50 milhões de brasileiros, como ficam os outros 150 milhões? Calados!).

Participe da luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil. Vamos cobrar do governo federal o encaminhamento ao Congresso Nacional da proposta de regulação das comunicações, que porá fim ao monopólio e à exclusão midiática. Vamos que a luta só começou."

A segunda a ser colocado foi dedicado ao princípio que também está na Constituição Federal: II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção independente que objetive sua divulgação; III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme percentuais estabelecidos em lei.

Esta peça ganhou mais um texto do Rafael: Será que os nordestinos da vida real se reconhecem nos personagens das novelas da Globo, invariavelmente retratados como subalternos dos brancos do sudeste, de quem, ainda por cima, são alvos de chacotas? O que pensam os moradores de vilas e favelas das periferias urbanas a respeito do modo como são apresentados pela televisão? Ou como os indivíduos negros vêm as pessoas de sua cor sendo representadas em situações de inferioridade social e cultural nos programas de tevê? Sem falarmos nos índios, que são sempre retratados (quando são lembrados) como seres exóticos.

Por que o torcedor que vive no Estado de Roraima, não tem o direito de ver exibidos no Fantástico os gols feitos por seu time na final do campeonato roraimense? A Globo quer que o cidadão acriano, potiguar ou sergipano consuma, tanto quanto o paulista e carioca, os produtos que são oferecidos nos anúncios comerciais exibidos durante sua programação diária. Mas será que há contrapartida da emissora para essas localidades? Por que a Globo contrata um ator carioca para interpretar um personagem baiano, criando tipos absolutamente caricaturais nas suas obras tele dramatúrgicas? Por que os veículos da grande mídia não se interessam em divulgar a arte de bordadeiras alagoanas ou do Vale do Jequitinhonha, ou a história de comunidades quilombolas do Maranhão, ou a dança, a música e a literatura de jovens artistas que não contam com espaços para a divulgação de seus trabalhos de ótima qualidade e pulsante originalidade? O cinema independente não é exibido na tevê comercial, por quê?

O desinteresse dos meios de comunicação em retratar a sociedade em toda a sua plenitude cultural, complexidade social, pluralidade política e diversidade étnico-racial é um fator de empobrecimento para o país. Trocas culturais que poderiam se dar mais intensamente são substituídas pela massificação promovida pela indústria do entretenimento. A conscientização política que poderia se fazer de forma mais consistente, caso houvesse uma circulação maior de informações de melhor qualidade, é substituída pela despolitização. Em conseqüência, ao invés de se estimular a iniciativa popular e uma maior participação da sociedade nas ações e decisões políticas que são tomadas, o que se promove é o desinteresse das pessoas em relação às questões que lhes são diretamente afetas e que deveriam merecer mais atenção e cuidado da parte de todos. Rompa com essa estrutura silenciadora, excludente e homogeneizante.

Participe da luta pela democratização dos meios de comunicação no Brasil. Vamos cobrar do governo federal o encaminhamento ao Congresso Nacional da proposta de regulação das comunicações, que porá fim ao monopólio e à exclusão midiática.

Os texto agregados às peças virtuais que traziam uma explicação para quem não conhecia a questão e não tinha se dado conta da importância do tema. A campanha continua e novas peças serão colocadas por aqui. Deixe o seu comentário ou se for dúvida tentaremos esclarecer.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

Santos, Tri Campeão Paulista: time de craques e um gênio da bola

Victor Zacharias

Faz tempo que não escrevo sobre futebol por aqui, mas neste tri campeonato do Peixe me senti na obrigação de dizer algumas coisas.

Não sou especialista em futebol, gosto ver o tal futebol arte e analiso com um filtro crítico pelo qual admiro jogadas ensaiadas, no entanto as que mais chamam a minha atenção são as inesperadas, criadas pelos talentos.

A competição é o fundamento do futebol, na verdade vale tudo para ganhar o jogo, desde provocações dentro e fora de campo, boatos de vendas de jogadores e compra de juízes, e no quesito violência, não fosse o juiz, teríamos cenas de UFC em campo. Tudo isso serve de exemplo para vida em sociedade, infelizmente.

Para o Santos ganhar pela terceira vez este campeonato tudo começou no coletivo e seu auge esteve nas jogadas individuais do Neymar, é claro que o time tem outros craques, incluo seu presidente e o Muricy, tudo isso fez parte desta vitória. Neste mundo há um discurso que insiste em colocar o individual como valor maior, o Santos fez justamente o contrário, este é um dos pontos altos.
Primeiro o coletivo e depois os valores individuais. Acredito que por isso foram mantidos até o fim jogadores como Elano, Ganso que apresentaram baixo rendimento no começo do campeonato e foram importantes no final.

Vamos aos números que peguei do blogue do Edu, Fatosetc:
Ser tricampeão paulista é façanha poucas vezes conseguida na história. No ano do centenário. A última vez em que um clube conquistara três vezes seguidas o Campeonato Paulista havia sido o mesmo Santos, mas o de Pelé, em 1967/68/69, que também foi tri de 1960 a 1962. Os outros times que levantaram o tricampeonato foram o Palestra Itália (1932 a 34) e três vezes o Corinthians (1922-24, 1928-30 e 1937-39 - quando meu avô era jovem).

O outro ponto é o Neymar, o gênio do futebol brasileiro, aquele que desequilibra o jogo porque cria muito e tem o dom do drible, mesmo avisados os defensores adversários não conseguem parar suas investidas. O seu lema é significativo e passa para o time todo: ousadia e alegria.

Quanto ao jogo o Santos marcou o seu primeiro gol aproximadamente aos dois minutos, foi muito cedo, acho que isso misturado com um pouco do cansaço, que percebi no time, e  o acomodamento em função do resultado que parecia fácil, fez o time relaxar.

O Guarani jogou como se quisesse vencer, mas não tinha o entrosamento do Santos, nem jogadores tão talentosos (apesar das falhas da defesa santista e de seu goleiro que resultaram nos dois gols), nem o gênio do Neymar, por isso perdeu, mas como foi dito, caiu de pé, é realmente um vice-campeão que merece respeito.

Ouvi uma pessoa dizendo que o hino do Santos deveria ser alterado, ao invés de "Agora quem dá a bola é o Santos, o Santos é o novo campeão" a letra seria " Agora quem dá a bola o é o Santos, o Santos é DE NOVO campeão.

Agora é curtir mais este campeonato e quinta vencer o Vélez Sársfield na Argentina, essa é mais uma pedreira. Descansem meninos, a nossa fome de títulos neste centenário não acabou.

Vai para cima deles Santos.



sábado, 12 de maio de 2012

O mito que a maior audiência dos jogos é do Corinthians está caindo.

Odir Cunha

Boicote está dando resultado. Santos deu mais Ibope do que o Corinthians

O boicote aos jogos do alvinegro da capital está dando resultado. Iniciado neste blog, ele se espalhou por sites e blogs de muitas outras torcidas brasileiras e seus resultados já são palpáveis. Ontem, no seu jogo contra o Emelec, o Corinthians não conseguiu um ibope melhor do que o do Santos de Neymar contra o Bolívar. O do Alvinegro Praiano foi 26 pontos, meio ponto a mais do que o rival. Isso deixa claro que muitos torcedores que assistiam aos jogos do Corinthians apenas para secar, agora não o estão fazendo mais. Como os secadores representam 60% do público que vê os jogos do alvinegro paulistano, se os não corintianos deixarem de engordar o ibope do rival, este cairá drasticamente, como já se pode perceber nas últimas partidas.

TV GLOBO SERÁ OBRIGADA A RENEGOCIAR OS DIREITOS
A TV Globo fez acordos sigilosos com os clubes, mas se esqueceu de consultar os torcedores. Aliás, nunca deu bola para eles, tanto que mudou o hábito ancestral dos jogos às 21 horas, passando-os para as 22 horas e atrapalhando a vida do trabalhar nas grandes cidades. Os dirigentes dos clubes, que também estão pouco se lixando com os torcedores de suas agremiações, ao ver o dinheiro na frente já trataram logo de assinar os contratos, sem se dar conta de que estavam assinando o tratado de espanholização do futebol brasileiro. Se dois clubes – Flamengo e Corinthians – que já são os mais populares, ganharem da tevê cotas bem superiores aos outros, a competitividade do futebol brasileiro vai pro ralo.

O QUE SE QUER É REGRAS JUSTAS E O PRÊMIO AO MÉRITO ESPORTIVO
Ninguém aqui é contra este ou aquele clube. Que vivam suas vidas. Mas também não se pode ser a favor de uma reserva de mercado que dá grandes privilégios a apenas duas agremiações, quer elas estejam bem, ou não. Ou seja: a divisão de cotas estabelecida pela Globo é uma reserva de mercado odiosa, que nada contribui para o desenvolvimento do nosso futebol. O que se quer é um sistema parecido com o da Inglaterra, em que metade da verba da tevê é dividida entre todos os times da Série A e a outra metade é distribuída de acordo com a classificação dessas equipes. Se no Brasil quiserem criar o quesito “audiência na tevê”, tudo bem. É plausível.


O QUE DÁ IBOPE É O ESPETÁCULO
Os jogos de maior audiência na televisão têm sido os mais importantes, os que reúnem os melhores jogadores, mas isso tem sido estranhamente ignorado pela Globo. O fato de Bolívar x Santos ter dado mais audiência do que Emelec x Corinthians mostra que o boicote já começa a funcionar, mas mostra também que um time com melhores jogadores e com um ídolo, como Neymar, desperta mais a atenção do telespectador do que um outro que só tem como qualidade o fato de ter uma torcida maior. Com a queda da audiência dos jogos do Corinthians, e a consciência de que há um boicote dos outros torcedores a este time, ou a Globo renegocia os contratos com os clubes, ouvindo também os torcedores, ou o bolo do futebol acabará ficando menor, pois o retorno aos anunciantes também cairá. Você conhece outros torcedores que estão participando do boicote?

Blog do Odir

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Revista Veja foi condenada a dar direito de resposta ao Nassif



Acabo de receber de meu advogado Marcel Leonardi cópia da sentença do juiz Gustavo Dall'olio, da Vara Civel de Pinheiros, condenando a Editora Abril a me conceder Direito de Resposta na revista Veja, em vista do ataque sofrido na coluna de Diogo Mainardi.

No desabafo de ontem, mencionei as enormes dificuldades de ver o caso julgado pela juiza Luciana Novakoski Ferreira, da vara criminal de Pinheiros. Com o fim da Lei de Imprensa, a demanda passou para a Vara Civel e obteve julgamento rápido e uma sentença objetiva do juiz Dall'olio.

Caso não publique a resposta, a Abril se sujeitará a multa de R$ 500.000,00. É certeza que a Editora recorra e postergue por mais alguma tempo. Mas pelo menos mostrou que há juízes e juízes, assim como advogados e advogados.

Foram quatro anos de luta. Neste momento meus agradecimentos profundos à competência e coragem do advogado Marcel Leonardi, jovem e talentoso advogado que honrou seu diploma. Em outras ações, fui praticamente abandonado pelo escritório McDowell, Barbosa, Gasparian, temeroso de perder espaço junto à mídia.

Agradecimento também a todos vocês que, na fase mais dura dessa luta, apoiaram com um carinho comovente. E, lógico, à minha família.


segunda-feira, 7 de maio de 2012

Campanhas publicitárias popularizarão o debate da democratização da mídia

Victor Zacharias

O debate sobre a democratização da comunicação continua crescendo e a pressão sobre o governo também. Os motivos do aumento da participação popular vem dos fóruns e frentes da chamada sociedade organizada e também das atitudes em grupo de ousados parlamentares que sistematicamente provocam debates, seminários e conferências em Brasília e por todo o país, apesar das eleições municipais que acontecerão este ano.

Neste último domingo aconteceu no Sindicato dos Engenheiros um debate sobre o tema "Os desafios da Liberdade de Expressão". A platéia estava lotada, o debate foi conduzido por vários especialistas que colocaram importantes pontos para o aprofundamento da questão da democracia na comunicação.

Ivan Valente - PSOL e Luiza Erundina - PSB, que fazem parte da Frentecom - Frente Parlamentar Pela Liberdade de Expressão e Direito à Comunicação, em sua falas colocaram o medo dos parlamentares, de um modo geral, de receber retaliações da grande mídia caso estimulem este tema e, no caso de Luiza Erundina, a existe a falta de apoio do seu partido.

André Vargas, secretário nacional de comunicação do PT, reforçou a posição do partido pela democratização da comunicação no Brasil.

Renato Meirelles, do instituto de pesquisa Data Popular, recomendou que fosse feita uma campanha publicitária para esclarecer o que é liberdade de expressão e paralelamente aumentar a pressão sobre os parlamentares com passeatas nas ruas ou enviando massivamente e-mails sobre a questão.

João Brant, Coletivo Intervozes, apresentou uma proposta estratégica para conduzir o trabalho de comunicação e destacou a participação militante de pessoas e entidades na divulgação voluntária e na construção de slogans e peças virtuais que popularizam este tema pela internet, entre elas estavam as desenvolvidas por este blogueiro.

Bia Barbosa, Coletivo Intervozes, lembrou que existem movimentos dos oligopólios no sentido de estabelecer o seus conceitos de Liberdade de Expressão para atrelar esta liberdade aos interessses do poder econômico, o Instituto Milenium, por exemplo, está conceituando a regulação dos meios de comunicação como uma liberdade funcional.

O perigo é que pelo seu poder de difusão a população seja enganada e rapidamente convencida que a democracia na mídia, Marco Regulatório da Comunicação, é um plano disfarçado dos partidos de esquerda para reestabelecer a censura, o que é uma mentira. No fundo eles tem medo da Liberdade de Expressão com diversidade e pluralidade.

Ao final do evento foram formados vários grupos executivos de trabalho para que uma campanha publicitária fosse desenvolvida o mais rápido possível.

Para assistir o Seminário Desafios da Liberdade de Expressão/FNDC clique nos links
parte 1 - http://www.ustream.tv/recorded/22344953
Parte 2 - http://www.ustream.tv/recorded/22348351
Parte 3 - http://www.ustream.tv/recorded/22351211
Parte 4 - http://www.ustream.tv/recorded/22353297

Campanha militante para popularização do tema:





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