quarta-feira, 21 de março de 2012

Frentecom amplia o debate da comunicação pública no Brasil

Victor Zacharias
Começa hoje em Brasília o Seminário Internacional de Regulação da Comunicação Pública promovido pela Frentecom - Frente Parlamentar pela Liberdade de Expressão e pelo Direito à Comunicação.
Com representantes do parlamento e movimentos ligados à luta pela democracia na comunicação foi iniciado o debate deste tema essencial para o Brasil.

César Alvarez - secretário executivo do Ministério das Comunicações, comentou que não há uma legislação que dê uma visão clara sobre a comunicação e a comunicação pública, nem tão pouco qual a possibilidade de financiamento desta última.

Yole Mendonça - secretária executiva da Secom, elogiou a ampliação do debate sobre este tema na sociedade brasileira, refletiu que históricamente aconteceram avanços, no entanto a liberdade de imprensa sempre foi defendida com intrangisência e o interesse público o nunca deixou de ser observado.

Nelson Breve - presidente da EBC, afirmou que a comunicação e o jornalismo são serviços públicos.
Há um falso debate entre restrição e regulamentação, é preciso deixar claro que o direito à comunicação do cidadão deve ser preservado e defendido, para que ele receba de forma verdadeira, imparcial e sem preconceito, conteúdos que irão estimular o seu estilo de vida e cultura.
Não deve existir nenhum receio da sociedade de que haverá qualquer restrição à liberdade de expressão que nas grandes democracias tem como regra a regulamentação que garante a pluralidade e a diversidade. A maior questão para as TVs públicas é o financiamento, finalizou Breve.

O seminário segue durante mais 3 dias debatendo este tema e com transmissão direta pela TV Câmara via internet, clique aqui e assista.

terça-feira, 13 de março de 2012

Para Laurindo Lalo Leal, 'TV Folha' privatiza espaço público

A televisão brasileira, com raras exceções, é um deserto de criatividade. Aos domingos a situação piora. Para a maioria dos telespectadores resta o encontro com Faustão, Gugu, Silvio Santos e assemelhados.
Em São Paulo, a TV Cultura tentou por vezes se apresentar como alternativa oferecendo programas de melhor qualidade. A inconstância da grade de programação, reflexo de uma instabilidade administrativa crônica, impediu que as tentativas prosperassem.

O programa TV Folha é uma nova aposta na mesma linha, ainda que terceirizado. Críticas à ação policial na cracolândia e no Pinheirinho devem ter surpreendido o telespectador menos atento, acostumado a docilidade da Cultura quando o governo do Estado e prefeituras a ele alinhadas estão na berlinda.

A lamentar a falta de réplica dos entrevistadores às desculpas do prefeito.

Premido pelo tempo escasso e pela fórmula adotada, o TV Folha não avança na direção do aprofundamento dos temas. Reproduz na televisão o padrão adotado na internet, calcado numa sequência de clipes, sem dar oportunidade à reflexão.

A presença de Chico Buarque encaixou-se no padrão. Anunciado como "depoimento inédito" o que se viu foram frases entrecortadas do artista. O pior foi o colunista dizer que "ninguém quer escutar" as novas musicas do Chico. De onde ele tirou essa conclusão?

A lamentar o fato da TV Cultura deixar clara a sua incapacidade de produzir um programa jornalístico de qualidade, optando por privatizar mais um espaço público no Estado de São Paulo.

* Especial para a Folha. Laurindo Lalo Leal é sociólogo, jornalista e professor da Escola de Comunicações e Artes da USP

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