segunda-feira, 4 de abril de 2011

Os mercenários da Folha e Globo e o “direito” de discriminar

Eduardo Guimarães - Blog Cidadania

A parte que mais choca do quarteto de impérios empresariais que controla quase toda a comunicação no Brasil são os mercenários contratados para assassinar reputações e induzir preconceitos de todos os tipos, sobretudo raciais, de classe e regionais.
Dois dos pistoleiros mais asquerosos dos grupos Globo e Folha são, respectivamente, Ricardo Noblat e Fernando de Barros e Silva. São sujeitos ridiculamente preconceituosos que se julgam próceres do pensamento liberal moderno… Ou melhor, tentam se passar por isso.
No primeiro dia útil da semana, tal qual cavalaria, os dois mercenários vêm em socorro do deputado fascista Jair Bolsonaro a fim de reverterem o sentimento da sociedade de que um político desse jaez não pode ser um representante do povo no Poder Legislativo.
Abaixo trechos dos textos dos jornalistas que começam a abrandar o ato racista.

Escrito pelo jornalista Fernando de Barros e Silva, hoje na FSP
Preta Gil lhe perguntou: qual seria sua reação se um de seus filhos namorasse uma negra? E ele: “Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Meus filhos foram muito bem educados. Não viveram em ambiente como lamentavelmente é o seu”.
Digo logo: um país em que Bolsonaro não fosse eleito deputado tenderia a ser um lugar melhor. Mas pretender cassá-lo ou condená-lo por racismo em função dessa fala me parece um grande equívoco.


Trechos do artigo do Noblat " O facismo do bem" publicado hoje na FSP.
Enquanto espera a vez de entrar no ar, ajeita a gravata de um amigo. Eles não sabem que estão sendo filmados. Bolsonaro diz: “Pelotas é um pólo exportador, não é? Pólo exportador de veados…” E ri.
A cena existiu, mas com outros personagens. O autor da piada boçal foi Lula, e o amigo da gravata torta, Fernando Marroni, ex-prefeito de Pelotas.
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Quando Lula apontou os “louros de olhos azuis” como responsáveis pela crise econômica mundial não estava manifestando um preconceito? Sempre que se associam malfeitorias a um grupo a partir de suas características físicas, de cor ou de origem, é claro que se está disseminando preconceito, racismo, xenofobia.

Prossigo com meus comentários sobre o assunto. Começo pelo segundo texto, de Noblat. É de uma indigência mental sem precedentes comparar uma brincadeira de Lula feita em privado e vazada acidentalmente com a cruzada que trava Bolsonaro contra negros e homossexuais.
Lula é um humanista, que propôs e fez leis e promoveu medidas para diminuir a discriminação no Brasil. A brincadeira dele, há muitos anos, não difere da que a maioria dos homens heterossexuais – e até dos homossexuais – faz em privado. É diferente de fazer campanhas públicas contra homossexuais.
Não há um time de futebol ou boteco em que amigos tomam uma “geladinha” num happy-hour em que não se faça alguma piadinha com homossexualidade. É um hábito brasileiro que, aliás, tem que acabar. Mas difere muito de promover a discriminação, como faz Bolsonaro.
É como a alusão a Lula ter citado “loiros de olhos azuis”. Alguém já ouviu falar que loiros de olhos azuis são discriminados? Quem tem esse biotipo domina a propaganda e é chamado de pessoa “bonita”, enquanto que negros são excluídos da propaganda e chamados de “feios”.
Até parece que é preciso fazer leis para proteger pessoas de ascendência nórdica de continuada discriminação. É piada.
A lei que criminaliza o racismo foi criada para impedir o malefício que palavras causam aos negros. Eles são colocados à parte, têm piores empregos, salários e são excluídos dos ambientes sociais das classes altas justamente por conta das palavras que os atingem.
Já o incentivo retórico à discriminação de homossexuais, causa violência contra eles. Os jovens que andam espancando homossexuais – às vezes até a morte – começaram a odiá-los estimulados por palavras como as que Bolsonaro proferiu em uma concessão pública de tevê.
Como o ser humano tem gradações de capacidade de separar idéias ruins de atos ruins, ou seja, capacidade de não passar da agressão verbal para a agressão física, foi necessário tipificar a discriminação no código penal, ainda que só a discriminação racial.
O que Noblat e Barros e Silva fazem com seus textos tortos é incentivar a adição na sociedade do combustível que move os atos de violência e segregação contra homossexuais, negros, nordestinos e os demais alvos de preconceito. É o que chamam de “liberdade” para discriminar.

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