quarta-feira, 24 de março de 2010

Rede Globo, Jovem Pan, políticos e o futebol. Quem merece o cartão vermelho?

Victor Zacharias

Nos últimos dias tenho ouvido na conservadora rádio Jovem Pan AM matérias e mais matérias falando da limitação de horário para jogos de futebol em São Paulo.
Os vereadores aprovaram a lei, mas o prefeito Kassab ainda não a sancionou. Será medo?
A lei foi criada e aprovada por que os jogos estavam terminando muito tarde e os torcedores corriam vários riscos, dentre eles:
1- não haver condução de volta para casa;
2- falta de segurança na cidade de São Paulo e
3- dormir tarde com certeza fará com que cheguem atrasados ao emprego no dia seguinte ou tenham o rendimento no trabalho afetado pela noite mal dormida principalmente se o time dele perder.
Tudo indica que a lei é boa para a população, nada mais lógico que os representantes do povo aprovarem leis que beneficiam a maioria, afinal nosso regime político é uma democracia.
Porque então o prefeito não sanciona? Bom, para ter certeza que a lei é realmente desejada pelo povo o prefeito pediu mais uma audiência pública. Precisava? Não.
Na audiência foram lá os defensores da lei e do povo e os que são contra a promulgação da dita cuja.
Os do contra, quem são eles? Nada mais, nada menos que a Confederação Paulista de Futebol e a Globo, além de alguns vereadores aliados.
Qual o interesse da rede Globo? Ela precisa que o jogo de futebol aconteça depois do horário nobre (20/22h), horário das novelas, ou seja bem tarde para os trabalhadores. Se o jogo for mais cedo ela perde dinheiro. A Globo também manda no horário dos jogos.
A Jovem Pan AM, que não é tão santa assim, defende a antecipação, porque se a Globo não transmitir os torcedores ouvirão as partidas pelo rádio e a audiência aumentará. A Jovem Pan ganhará mais dinheiro.
No fundo nenhum dos dois está pensando no povo, estão pensando nos seus próprios interesses, no lucro que cada um deles poderá ter.
Comentário número 1
Qualquer emissora, de rádio ou de TV, é uma concessão pública, e como tal devem procurar os interesses públicos e não privados. Não devem utilizar um bem público para "auferir" lucros acima de tudo, na concessão pública os interesses do povo está acima de tudo.
Comentário número 2
Quem manda nas questões públicas são os políticos que representam o soberano povo. Eles não precisam se dobrar perante a rede Globo e sim ao povo. Mas, tudo indica que eles têm medo dos concessionários de rádio e tv.
Será que as emissoras quando são contrariadas podem perseguir políticos?
Falar mal sem motivo ou razão? Será?
O que dá para entender da atitude dos políticos é que em época de eleição todo cuidado é pouco. Nestas horas o medo aumenta.
Comentário número 3
A briga no fundo no fundo é entre a Globo e a Jovem Pan, ou rádio e a tv.
Depois de entender a verdade deste fatos, chegamos a conclusão que, tal qual a reforma política, é preciso regulamentar as comunicações no país para que acabe este uso inadequado das concessões públicas, (públicas quer dizer "do povo").
Digo não à censura e sim à regulamentação das comunicações. Liberdade de imprensa enquanto empresa, não, o sim vai para a liberdade de expressão para que se cumpra o direito à comunicação, um dos principais direitos humanos.
O dia da eleição tá pertinho. Para quem você vai dar o cartão vermelho?

Um comentário:

Vicki disse...

Até concordo com alguns pontos do post, mas discordo quando diz que a Jovem Pan tem intenções próprias ali. Só a Globo tem a perder, a meu ver. Quem ouve futebol no rádio continuará ouvindo, independendo do horário na tv. Inclusive a maioria segue a lei de baixar o volume da tv e ouvir o jogo pelo radio, como minha família tem feito há anos. A alteração do horário dos jogos implicaria em um capítulo menor da novela, apenas isso. Talvez mais gente fosse ao estádio e AÍ SIM a Globo perderia.

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