quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

O caminho da cultura da pobreza para a cultura da transformação é mostrado no filme da vida do brasileiro Lula.

Victor Zacharias

Estava curioso para assistir ao filme do Lula, o lançamento foi neste final de semana, acho que a curiosidade não era só minha porque compareceram mais de 220 mil espectadores nos cinemas do Brasil, o que deu ao filme dirigido por Fabio Barreto a segunda colocação dos filmes brasileiros mais assistidos na fase de lançamento, o primeiro lugar ficou para a comedia " Se eu fosse você 2" com 570 mil.
Para mim é um resultado surpreendente porque o filme foi colocado pela imprensa como um filme com intenções políticas e bem na hora do lazer este poderia não ser a escolha preferida, pelo visto este é mais um preconceito que o presidente venceu.
Um filme nunca é uma verdade absoluta sobre os fatos, sempre reflete o ponto de vista de quem o produziu, porém esta produção tem a virtude de ter sido baseada em uma obra cientifica ou seja a tese de doutorado de Denise Parana, é uma espécie de garantia acadêmica.
Também li o livro da Denise, uma obra de fôlego, pois incorpora varias entrevistas com os familiares e com o próprio Lula que ficaram completamente a vontade para contar detalhes íntimos das suas vidas.
Em sua tese Denise fala sobre a cultura da pobreza e procura entender quando ela é rompida e avança para a conscientização de classe fazendo surgir a cultura da transformação, o "homem coletivo" luta pelos seus direitos e os resultados aparecem apesar da enormes forcas contrarias.
É uma historia de superação, pois esta família tinha tudo para não sobreviver. Só este exemplo fala por si, a dieta alimentar de todos era farinha com pó de café, Lula só foi comer arroz aos 5 anos de idade e aos 7 anos quando chegou em Santos nunca tinha visto nenhuma das coisas comuns para os moradores das cidades.
No lugar onde Lula nasceu, Vargem Comprida, a água ficava a vários quilômetros de casa, proveniente da chuva, Esta poça natural atraia não somente os membros da família Silva, mas também os animais que faziam nela a suas necessidades. Infelizmente esta pequena parte da realidade nordestina, ainda presente para muitos brasileiros, é pouco lembrada ou desconhecida principalmente para os da classe média.
O filme servira para mostrar que Lula sempre foi religioso e nunca foi comunista, ao contrario do seu de seu irmão Ziza ou Frei Chico, chamado assim pela sua cara de frei. A capacidade de agregar os diferentes pontos de vista acabou fazendo com que Lula fosse eleito pelos seus companheiros do sindicato como líder dos representantes para lutar pelas necessidades urgentes dos trabalhadores do Brasil.
O filme destaca a presença fundamental de uma mãe que tenazmente luta pelos seus 8 filhos e filhas para que sejam "alguém na vida", esta expressão carrega algo simples: educação, trabalho decente, casa e família; o básico.
Para a maioria da imprensa o filme teria caráter eleitoreiro, mas outra vez a imprensa errou, a maioria dos que assistiram consideraram um filme histórico. Infelizmente a imprensa nacional tem uma censura privada e não é minimante isenta como indicaria a ética jornalística.
Recomendo que todos assistam para conhecer o presidente um pouco mais de perto, que hoje emociona e inspira, em certa parte, o mundo todo, queiram ou não os editores e veículos de comunicação.
Muitos do povo brasileiro não perceberam o quanto Lula faz parte da vida de cada um. Aos chorões e choronas digo que levem um lenço.

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